[Resenha] Ecos – Pam Muñoz Ryan.

Título: Ecos (Echos).
Autora: Pam Muñoz. 
Tradutor: Dalton Caldas.
ISBN-13: 9788594540409.
ISBN-10: 859454040X.
Ano: 2017. Páginas: 368.
Idioma: Português.
Gênero: Literatura estrangeira, fantasia, ficção, jovem adulto. 
Editora: DarkSide Books.
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Sinopse: Ecos, da premiada escritora norte-americana Pam Muñoz Ryan, é uma fábula como há muito não se via – ou se ouvia. Um conto de fadas dark, que resgata o melhor da tradição dos irmãos Grimm, combinado com delicados momentos do século XX, como as duas grandes guerras e a Depressão econômica que assolou os Estados Unidos nos anos 1930. O resultado é uma fantasia histórica repleta de perigos e beleza, emoldurada pelo poder da música.

A aventura começa cinquenta anos antes da Primeira Guerra Mundial — “a guerra para acabar com todas as guerras” —, quando o pequeno Otto se perde na Floresta Negra e encontra as três irmãs encantadas, prisioneiras de uma velha bruxa, que conhecia apenas das páginas de um livro, e acreditava ser apenas uma lenda. Como em um passe de mágica, as irmãs ajudam o garoto a encontrar o caminho de casa. E Otto promete libertá-las, levando o espírito das três dentro de uma inusitada gaita de boca.

Ao longo dos anos, o instrumento chega à mão de novos donos: um menino que vê o sonho de se tornar músico interrompido pela ascensão do nazismo; um jovem pianista prodígio que vive num orfanato e luta para não ser separado do irmão caçula; uma filha de imigrantes mexicanos que cuidam de uma casa de japoneses enviados a um campo de concentração dentro dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Personagens com dramas diferentes, mas um amor transformador pela música. Cada um à sua maneira, eles são afetados pela magia das três irmãs. Assim como os leitores do livro em todos os países em que ECOS foi lançado.


Prepare-se para também ser arrebatado e enfeitiçado por essa fábula harmônica.


De antemão, já quero deixar avisado: Abra sua mente quando começar a ler esse livro, prepare-se para morrer de raiva cada vez que um dos três contos acabar, pois a resolução só está no final do livro e viaje!

Vamos curtir essa leitura juntos? Vem que eu te conto! ^^

Preciso ressaltar o incrível trabalho gráfico que a Editora DarkSide Books fez com o livro, a cor é linda e chama a atenção de forma a completar ainda mais a leitura, sem contar as ilustrações, partituras, a tradução, tudo é muito lindo no livro impresso.

Vamos parar de enrolar, não é? Segue lendo!



[RESENHA]

O livro começa nos apresentando Otto, um menino que se perde ao brincar na floresta e então decide começar a ler o livro que comprou de uma cigana, momentos antes. A história do livro narra sobre três princesas abandonadas na floresta por seu pai, pois ele queria um filho homem para herdar seu reino. Elas eram belas e tinham uma forte ligação com a música. Anos depois, o irmão delas, atual rei, decide encontrá-las, mas uma bruxa as amaldiçoa...
Trecho da maldição...

Só então ele percebe que está tarde e que ninguém o encontrou durante a brincadeira. Quando se desespera ao imaginar que não vai mais voltar para casa, três jovens muito parecidas com as da fábula aparecem e entregam a ele uma gaita...


Agora estamos na Alemanha nazista, ano de 1933 e lá conhecemos Friederick, que tem uma marca de nascença no rosto e isso faz com que ele deixe de ir para escola e passa frequentar a fabrica de gaitas onde seu pai e tio trabalham. Em meio há tantas gaitas, ele encontra uma diferente, e cada vez que toca o instrumento, as pessoas ficam encantadas e surpreendidas, porém, como nem tudo são flores, as coisas não andam tão bem em sua família. Seu pai acabou sendo preso por não concordar com as decisões de sua irmã ao se unir aos jovens Hitleristas que pregavam a supremacia racial. Seu tio arquitetou um plano para que pudessem fugir, será que daria certo?

No segundo conto, somos levados aos Estados Unidos, mais precisamente para um orfanato onde acompanharmos a história de dois irmãos que esperam por uma adoção conjunta. Quando os meninos perderam os pais e a avó não pode mais criá-los devido à velhice, levou-os até esse orfanato, no principio, eles temem ser separados, mas a sorte vira e os meninos conseguem a adoção conjunta. Em uma ida a cidade para comprar roupas novas, eles acham uma gaita e a levam para casa. Tudo parecia bem, sempre que tocavam o instrumento, tudo ficava encantador ao redor deles e de quem estivesse junto, mas a misteriosa mulher rica que os adotou parece não querê-los por lá, portanto quem de fato cuida dos meninos, é o advogado da família. 

Até esse ponto, já conseguimos perceber o que ligam todas as histórias do livro: a música!

[QUOTE] "Minha música não tem raça! Todo instrumento tem uma voz que contribui. Música é uma linguagem universal. Quase como uma religião universal. A música supera quaisquer distinções entre as pessoas." [...]


Na terceira parte, ainda nos Estados Unidos, mas no ano de 1945, durante a segunda guerra mundial, conhecemos uma família de imigrantes mexicanos que foram enviados para cuidar das terras de alguns japoneses que se encontravam no campo de concentração. O acordo dizia que quem fosse cuidar das terras poderia ficar com uma parte dela. Assim, temos Ivy, uma menininha apaixonada por música e que vivia em um mundo só seu... Um belo dia antes de se mudar para as terras desses japoneses, ela encontra uma gaita...


A questão nesse conto, é a instabilidade pela qual a família passava, devido aos atos depreciativos que a população local cometia, eles tinham medo de que quando os japoneses voltassem do campo de concentração, e encontrassem suas terras “mal cuidadas”, eles não dariam a parte que caberia a família que tomou conta do lugar naquele período. 


O livro tem cerca de 360 páginas e esses “contos” são tão deslumbrantes e recheados de magia que sempre que um acaba, ficamos desesperados pelo desfecho. 

A autora tem uma narrativa forte e precisa, pontua o que precisa e floreia o que é necessário. Seu livro é uma obra que narra acontecimentos históricos de forma lúdica e real, nos deixando uma mensagem subentendida de que ainda hoje vivemos tudo o que “virou história” e não nos damos conta. Cada ponta solta durante o desenvolver da trama é amarrado no final e se torna impossível não fechar o livro e não chorar.


Na quarta parte. Sim, existe uma quarta parte, até porque durante o livro, nós temos quatro histórias, dos três personagens e mais a de Otto. Afinal, como essa gaita chegou as mãos de cada um dos três personagens?

Pois bem, anos depois de ter retornado para casa, Otto tornou-se um homem, é casado e tem uma filha deficiente – ela é manca. Ele é um excelente artesão e afiador de instrumentos musicais, e sofre com a inveja de seu patrão que acaba despedindo-o de sua loja. Com isso, Otto precisa vender sua casa no campo e ir morar em um pequeno casebre na cidade.

Depois de se perguntar como sustentaria sua família, ele lê o anuncio de uma grande empresário que busca artesãos para uma fábrica de gaitas, então o homem prepara uma nova gaita perfeitamente afiada, desenhada e vai tentar a sorte. Otto se desespera ao ver tantos bons artesãos voltarem da “entrevista” chorando, mesmo assim, vai lá e consegue a proposta. Mas, precisará construir 13 gaitas iguais aquela e com a mesma afinação, o empresário quer distribuí-las aos seus 13 gerentes. Otto tem um prazo de 30 dias para realizar o trabalho, caso conseguisse, o empresário deixaria a fábrica da cidade sob seus cuidados.

Trinta dias depois, no dia de entregar as peças, ele percebe que um gaita tinha sido completamente destruída pelo cachorro da família, que usou o objeto como brinquedo. Otto, então, só tinha 12 gaitas e não conseguiria o emprego.

Toda sua história passou por sua mente e ele lembrou-se da gaita original que ainda tinha guardada. Pegou-a e a marcou com um pequeno “M”, aquela letra gravada tinha um significado gigante, pois ele era o mensageiro, levaria notas de amor para todos os outros e quando tudo estivesse dando errado, aquele instrumento seria a mensagem e salvaria outra pessoa, como o salvou em duas ocasiões. 

O livro é uma aula de amor e música, um livro tão singular de leitura tão difusa que nos deixa estagnados quando acabamos de ler. Minha experiência com ele foi grandiosa! Confesso que precisei interromper a leitura e retomar dias depois, pois não estava preparada para de fato entender o enredo. Eu nunca tinha lido algo do tipo, nada tão bom quanto esse livro, e o recomendo com todas as minhas forças!

Portanto, assim que tiver uma oportunidade, leia e se entregue aos ensinamentos que Ecos nos trás. 



[A autora] Pam Muñoz Ryan é uma autora norte-americana com dezenas de premiações. Ecos, por exemplo, tem 8 premiações nas costas. A autora escreve livros especialmente voltados para o público infanto-juvenil, mas suas histórias apaixonam todas as gerações de leitores. Uma curiosidade é que a data de nascimento de Pam Muñoz Ryan é o período onde acontece a última passagem de tempo do livro Ecos, em 1951.



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15 comentários:

  1. Já gostei do livro por retra fatos históricos. 1930 foi uma data importante para o mundo e ver que um livro tem um desenvolver assim é fascinante.
    Só achei que a história é um pouco enrolada, mas acredito que só lendo para tirar minhas conclusões com isso, parabéns ♥

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  2. Adoro essa temática de contos de fadas e fatos históricos, nesse caso a Segunda Guerra Mundial. Só a Darkside para juntar e publicar essa magnífica obra para nós. Ainda irei ler, estou muito curioso e sua resenha aguçou mais o meu interesse.

    Gustavo
    http://www.leituraenigmatica.com

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  3. Oi!
    Primeiro, preciso dizer que essa edição da DarkSide está lindíssima (como quase todos os livros da editora)!
    Sobre a história, gosto bastante quando a autora mistura fantasia com fatos históricos, e aqui ela ainda inclui a questão da música. Bem interessante!
    Já foi para a lista de futuras leituras!
    Muito obrigada pela dica.
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/

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  4. Oi, Aricia.
    Ainda não conhecia esse livro, mas achei muito interessante a proposta da autora.
    Gosto da ideia de histórias que parecem tão diferentes, mas que se ligam de alguma forma...
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  5. A Darkside sempre arrasa demais nas edições, a estética por si só já é um show a parte e fico feliz em saber que a obra é tão boa quanto a capa, esse tipo de leitura, que a gente precisa fazer aos pouquinhos, é o que nos marca, né? Grata por essa resenha linda!

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  6. Já tinha visto o livro, mas não conhecia a premissa dele, menos ainda essa proposta de unir tudo com a música, sem dizer que o fato da autora unir tudo com perfeição no final me anima mais aina a querer conferir essa livro que te proporcionou uma experiência grandiosa.

    Abraços.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com/

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  7. Oi.
    Tenho que confessar que faz um tempo que paquero esse livro pelo simples fato de a edição ser linda. Eu não sabia nada sobre o enredo e nem que era uma história tão linda e tocante. Adorei sua resenha e fiquei com vontade de realmente conhecer a história.
    Beijos.

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  8. Você me deixou louca por esse livro! Devorei sua resenha, querendo entender do que se tratava e quando percebi já tinha terminado de ler o post e queria muito ter o livro em mãos para ler. :(

    Sou apaixonada por contos de fadas e por História, saber que o livro se constrói através de contos que se interligam no final, com um desfecho emocionante e que mistura contos de fadas com acontecimentos históricos despertou demais o meu interesse! Preciso lê-lo!!!

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  9. Olá, tudo bom?
    Que resenha mais linda e delicada! Sério, se já me apaixonei pelo livro através de suas palavras, nem quero ver o que vai acontecer quando eu de fato realizar a leitura! ♥
    Amo histórias que se passam em períodos de guerra e essa envolvendo magia e música parece ser ainda mais especial. Já quero ver como essas histórias vão se terminar e se entrelaçar e espero gostar tanto quanto você gostou.
    Dica mais que anotada!
    Beijos!

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  10. Olá!
    Que resenha maravilhosa. Não conhecia esse livro, mas adorei a forma como você apresentou as histórias e achei bem instigante que elas se entrelaçam de alguma forma e só ficamos sabendo ao final.
    Se olhasse só a capa certamente passaria batido por mim.
    Dica anotada.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  11. Oi, tudo bem?
    Eu tenho muita vontade de ler esse livro. Além da edição ser maravilhosa, parece ser uma leitura encantadora. Achei bem interessante a divisão do livros e o fato desses "contos" terminarem sem uma conclusão, deixando o desfecho para o final do livro mesmo. Pelo que eu vi da sua resenha, esse livro, além de bastante original, parece ser uma leitura encantadora e muito sensível.
    Adorei sua resenha e fiquei ainda mais empolgada para ler este livro em breve.
    Beijos!

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  12. Olá,
    lendo a sinopse achei a premissa meio confusa mas sua resenha me fez entender melhor a abordagem. Confesso que não fiquei muito interessada em fazer essa leitura no momento mas não a descarto para um futuro próximo. Vi esse livro em alguns igs e achei a diagramação incrível, aliás como todos os livros da editora.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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  13. A questão histórica do livro me deixou muito curiosa porque eu amo isso em livros. O fato de ser dividido em contos me deixou ainda mais interessada porque eu amo este formato. A edição está linda né???
    Beijos

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  14. Olá, tudo bem?

    Eu cheguei a ler algumas resenhas de Ecos, mas nenhuma havia me chamado a atenção... Até chegar a sua. Eu fiquei extremamente empolgada em desvendar o final dos contos, principalmente por gostar deste tipo textual.

    Beijos
    @blogodiariodoleitor

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  15. Olá,

    As pessoas elogiam bastante esse livro, confesso que achei que ele se tratasse de uma fantasia e não de contos, mesmo esses contos tem um quê de fantásticos. Fiquei bem curiosa, não pela história, mas sim pelo modo como as pessoas vem descrevendo as sensações e sentimentos que esse leitura despertar, espero ler em breve.

    Beijos,
    oculoselivrosblog.blogspot.com

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