Resenha: Uma proposta e nada mais – Mary Balogh.
Título: Uma
proposta e nada mais.
Série: Clube dos Sobreviventes #1.
Autora: Mary Balogh.
ISBN-13: 9788580418170.
ISBN-10: 8580418178.
Ano: 2018. Páginas: 272.
Idioma: Português.
Gênero: Ficção, literatura estrangeira, romance, romance de
época.
Editora: Arqueiro.
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Sinopse: Primeiro livro da série Clube dos Sobreviventes, Uma
Proposta e Nada Mais é uma história intensa e cativante sobre segundas chances
e sobre a perseverança do amor.
Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela.
Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa.
Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.
Sim, mais um romance de época por aqui... Porquê sim, porque amo o gênero e porque me divirto e me emociono com a maioria deles, sem contar o fato de que me deslumbro com os vestidos, os cenários e parte do modo de viver em sociedade da época, ao mesmo tempo que me irrito com determinadas atitudes e quero, com certa frequência, dar uns tapas em alguns personagens, nada fora do normal – risos. Bem, vamos falar um pouco sobre "Uma proposta e nada mais" da Mary Balogh? Clica aí e sege lendo!
Ambos os personagens principais, assim como os membros do Clube dos sobreviventes, tem seus traumas e demônios pessoais com os quais lidar. Alguns carregam ferimentos não visíveis, na alma, outros carregam feridas tanto físicas como emocionais, mas a dor de todos eles é de igual modo importante, porquê uma alma destruída pode ser pior de se manter "acesa" para a vida do que as consequências infligidas a um corpo físico. Temos em mãos um romance de época intenso, rápido, bonito e dolorido, apesar de nos depararmos com cenários conhecidos como o dos bailes onde a maioria dos romances de época se passam, Mary Balogh focou-se em nos apresentar a alma de seus personagens, seus medos, a forma com que escolhem para viver e as consequências de suas escolhas.
O livro trás uma mensagem bacana e importante, ele nos mostra que, independente de qualquer coisa, todos nós – digamos assim – merecemos ser amados, não vamos dizer propriamente que merecemos – porquê, infelizmente, eu, Ana, não tenho maturidade para concordar que todo mundo mereça, não consigo conceber a ideia de estupradores, por exemplo, serem amados, no entanto eles tem mães que, obviamente, os amam –. Não quero dizer também que estamos falando apenas de relacionamentos entre homens e mulheres, mas como um todo, entre amigos, parentes, familiares, etc.
Hugo é um personagem resmungão e incrível, durão e fechado mas que se abre facilmente com a pessoa certa, porque ele só precisava tirar o peso dos ombros, um peso que ele nem deveria carregar sozinho, mas como a boa pessoa que é o faz. O clube é sua ancora e o que fez com que Hugo fosse capaz de seguir a vida, de um jeito ou de outro. De modos simples, ainda que um homem de muitas posses, Hugo nos conquista por ser direto ao que quer e pensa. Ele tem uma mania terrível de ser sincero sobre coisas que, para a época, são bem inconvenientes, nos arrancando assim risadas e suspiros.
Gwen é uma mocinha mais madura, mas que precisa se perdoar e abrir as portas da alma e do coração para a vida. Ela é viúva, pertence a uma família de títulos e grandes posses e foi acolhida por sua mãe e irmão após ter enviuvado ainda muito jovem. Ela viveu um relacionamento complicado que abalou muito o seu psicológico. Ouso dizer que seu esposo falecido sofria de depressão, ela se culpa por não ter descoberto como ajudá-lo e evitado assim a sua morte. Gwen carrega uma sequela no corpo, ela ficou com uma perna mais curta que a outra por conta de um episódio que a destrói até o atual momento de sua vida.
Em uma situação difícil a qual Gwen se mete, é onde Hugo se depara com ela, e incapaz de se fingir de cego resolve ajudar a mocinha, começando ali o envolvimento de ambos. O clube dos sobreviventes é aquele grupo de amigos terríveis, mas que estão com você para o que der e vir, inclusive para lhe fazer passar vergonha – risos – nos proporcionando momentos deliciosos e descontraídos, bem como alguns onde rola torta de climão, afinal de contas, a sensação é a de que todos no clube tem a linguá solta quando se trata de colocar um amigo em "maus lenções" diante de uma dama.
Não vou me ater a contar sobre a história, porque a sinopse faz isso com maestria, o que posso dizer é que o livro é ótimo, a leitura é deliciosa, os personagens são umas gracinhas e a maturidade de Hugo me encanta, ainda que ele seja teimoso de mais e eu tenha discutido com ele mentalmente por várias vezes – haha. Gwen é tão cabeça dura quanto Hugo, ouso dizer que não teria uma mulher melhor para fazer esse turrão se derreter e se abrir para a vida.
"Uma proposta e nada mais" é aquele livro que se apresenta despretensioso mas que no fim das contas faz a gente refletir bastante e ter orgulho de como aqueles personagens se reergueram. Nos identificamos com eles em algumas coisas – não falo das situações vividas, mas do modo com que lidam com o que tem no momento – e nos encantam de tal modo que ao findar da leitura só queremos poder revê-los nas continuações para matarmos a saudade que eles deixam.
Gostei muito do enredo, das cenas, da postura dos personagens, da construção de suas personalidades, do livro como um todo. De como aborda traumas, da importância das amizades, da família de sangue e daquela que formamos através de laços da alma e do coração. De como é importante sabemos lidar com certas atitudes de outras pessoas e que a nossa postura faz toda a diferença. Gostei do fato de a autora não apelar para um grande quantia de cenas eróticas, explorando essa parte só quando ela cabia mesmo.
Se recomendo a leitura? Com certeza! Recomendo para todos aqueles que querem se aventurar pelas páginas de um romance de época leve e ao mesmo tempo intenso, gostoso, divertido e que ainda assim consegue nos causar um pouco de reflexão, nos mostra a importância empatia e de sermos humanos. É uma leitura muito rápida, tanto pela escrita da autora que é leve e flui facilmente para o leitor, quanto pelo enredo que nos prende do início ao fim.
Em relação a edição, a capa é um charme, simples e bonita. A brochura é boa, contando com folhas amareladas e uma fonte de tamanho adequado o que proporciona uma leitura confortável. Encontrei alguns errinhos, mas nada que atrapalhe a leitura ou se destaque mais do que o livro como um todo.
É isso, e até o próximo chá da tarde!
Tão gostoso ler resenhas de romances de época. Também sou fã do gênero e fico imensamente feliz com este amor a estes livros voltando com tudo.
ResponderExcluirTenho pouco contato com as letras de Mary, mas sei que ela é uma das grandes autoras do gênero no momento e a resenha acima,mostra bem os motivos!
Um amor que se constrói assim, leve, pouco a pouco e com esse jeito dos dois personagens, rende sempre boas risadas e claro, alguns bons suspiros.rs
Gosto muito do enredo construído assim, lentamente, aliás, como todo o amor deve ser(minha humilde opinião)
Vai para a lista de desejados com certeza.
Beijo
Oiiieee
ResponderExcluirIsso que é maravilhoso em livros iensperados, a gente nem espera gostar tanto e termina surpreendida e se bobear querendo mais. Já ouvi vários elogios sobre esse livro, confesso que de primera não me chamava tanto a atenção, mas de uns tempos pra cá to achando cada vez mais interessante. Não descarto conferir essa história futuramente.
Beijos
www.derepentenoultimolivro.com
Gostei muito da sua resenha. Ainda não li o livro ainda, mas já está na minha lista com toda certeza. Sou apaixonada por romances de epoca. Infelizmente tive que parar as minhas leituras desse gênero em função dos livros de parceria. Mas não vejo a hora de deixar tudo em dia para voltar a ler.
ResponderExcluirBeijos
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu terminei de ler esse livro hoje acredita? Gostei bastante da leitura, especialmente forma como a autora abordou os traumas dos personagens. No entanto, confesso que, no começo, não senti química nenhuma entre o casal. Além disso, simplesmente não consegui me apegar aos demais personagens do Clube dos Sobreviventes, sequer memorizei quem é quem (com exceção da Imogen, por ser a única mulher do grupo haha).
No entanto, apesar das ressalvas, eu acabei gostando da leitura e torcendo pelo casal principal.
Adorei sua resenha e fico feliz que você tenha gostado tanto da leitura.
Beijos!
Olá, sou suspeita de falar porque sou apaixonada pela escrita da Mary Balogh todos os livros dela que eu li foram maravilhosos, por isso estou tão animada para conferir logo esse livro. Estou com muitas expectativas e sua resenha me deixou ainda mais com vontade já que gostou bastante da leitura.
ResponderExcluirBeijos
Oi Ana! Tudo bem?
ResponderExcluirTenho uma série da Mary Balogh no meu dispositivo de telefone graças a uma promoção generosa que encontrei, mas ainda não tomei muita coragem pra ler "Os Bedwyns", que foi o meu primeiro contato com a autora, ainda que não tenha saído do sexto capítulo do primeiro livro, kkkkkkkkkkkkkk.
Abraços e beijos da Lady Trotsky...
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