Resenha: Os sete últimos meses de Anne Frank – Willy Lindwer.
Título: Os sete últimos meses de Anne
Frank.
Autor: Willy Lindwer.
Editora: Universo dos Livros.
Gênero: Biografia,
história, literatura estrangeira.
Páginas: 223. Ano: 2018.
ISBN 13: 9788579308451.
ISBN 10: 8579308453.
Sinopse: O "não escrito" capítulo final do Diário de Anne
Frank relata o tempo entre a prisão de Anne Frank e sua morte. A história é
contada por meio dos testemunhos de seis mulheres judias que sobreviveram ao
inferno do campo de concentração do qual Anne nunca mais voltou.
Inicialmente, o
renomado cineasta holandês Willy Lindwer filmou o documentário "Os sete
últimos meses de Anne Frank" e, depois disso, resolveu transformá-lo em
livro. Para tanto, ele entrevistou mulheres que conheceram Anne Frank.
O livro é
composto pelos depoimentos de seis dessas mulheres – algumas que a conheceram
antes de sua deportação para o campo nazista, e todas elas durante os últimos
momentos em Bergen-Belsen.
As histórias
que estas mulheres têm para contar são semelhantes: o tratamento no campo, a
forma como conheceram as irmãs Frank e a maneira como todas foram
inexplicavelmente tocadas por sua vida. O fato de terem sobrevivido ao campo de
extermínio é um milagre em si mesmo. Uma das sobreviventes, inclusive, teve a
difícil missão de confirmar a Otto Frank as mortes de suas filhas, Anne e Margot.
Os sete últimos
meses de Anne Frank é o triste e verdadeiro relato de uma crueldade
inimaginável e do milagre ocorrido para os que sobreviveram poderem contá-lo
com suas próprias palavras.
Em "Os sete últimos meses de Anne Frank"
temos os depoimentos de mulheres que viveram o “inferno” naquele Holocausto.
Foi um acontecimento real, e a leitura deste uma lição para mim, pois
independente de raça, cor ou religião, temos os mesmos sentimentos de
sofrimento ao ler. Sem mais demora, vamos a resenha?!
Willy Lindwer é
escritor e cineasta, ele resolveu ir mais ao fundo e saber mais sobre a vida de
Anne Frank, encontrou assim mulheres que viveram o holocausto e relataram como
conviviam nos campos de concentração e como conheceram a família Frank.
Foi desafiador
ler esse livro, pois os relatos relacionados ao Holocausto sempre me deixam
emotiva e angustiada, e com o enredo deste não foi diferente, todavia o que
mais chama a atenção é vermos mulheres contanto o que passaram por serem
descriminadas. A situação em que se encontravam vivendo em tendas, outras em
barracões, sem o menor conforto e as pessoas tumultuadas uns encima dos outros,
com risco de se infectarem com muitas doenças... Confesso que parei várias
vezes a leitura, para respirar, refletir e fiquei um dia sem ler me preparando
para os próximos relatos.
Mas apesar de
tudo, ainda me sinto revoltada com tudo que foi relatado, tenho a certeza que
todas as seis mulheres foram fortes e guerreiras, ou melhor, elas são fortes e
guerreiras, por terem conseguido passar por tudo o que viveram e ainda assim
estarem dispostas a falar sobre esses acontecimentos doloridos para ela,
ajudando o entrevistador com seus testemunhos a saber mais um pouco do que Anne
Frank viveu nos seus últimos meses no poder dos nazistas.
[Quote] Mas pouco a pouco tudo foi mudando. já não tínhamos o direito de andar nos bondes; judeus não podiam comprar em lojas, exceto por duas horas, entre 3h00 e 5h00 da tarde, depois, só em lojas de judeus. Paulatinamente, os alemães começaram a enviar convocações para os campos de trabalho. [...]
Os relatos
emocionam, mexem com a gente, é uma leitura que nos marca. Um relato sobre
mulheres, crianças e homens, sobre o extermínio que acontecia com aqueles que
não tinham mais serventia para os nazistas, o relato de uma chacina coletiva,
um verdadeiro horror.
Foram anos e
anos neste horror todo, independente da sua classe, entre os mais afortunados
ou que tinham cargos diplomáticos, se fossem todos judeus eram presos e
levados. Sim, tem aqueles que conseguiam
se esconder em porões de algumas casas por um tempo, mas assim mesmo eram
perseguidos. Tinha também, na época, as pessoas boas que se arriscavam para
ajudar aqueles que eram injustamente perseguidos, que os escondiam, mas também
tinham os delatores que ficavam à espreita.
O entrevistador
e cineasta Willy Lindwer, primeiro fez um filme sobre dos relatos das mulheres.
Ele começou procurando por elas, depois encontrou a primeira foi mais fácil
localizar as demais, todas elas se conheciam, mantinham contato e eram amigas e
sobreviventes. Depois do filme, Willy refletiu e resolveu escrever a história
um livro contando a mesma história, e, gente, livros sempre permitem ao autor
trazer mais detalhes, cortes que as vezes tem de fazer em um filme,
independente do tipo do filme. Enntão, com certeza, o livro trás uma
intensidade a flor da pele...
[Quote] ... Uma quantidade enorme de vítimas sofreu por conta da nossa falta de tato, de nossa ignorância, por termos subestimado aquele mal. Porque o fascismo é o mal. E ele existe ainda hoje! É o pior mal do mundo. Colocar pessoas umas contra as outras por motivos como cor de pele ou porque alguém tem um pouco mais do que o outro...[...]
Para finalizar,
posso dizer que, apesar de certa relutância quanto a realizar essa leitura, foi
gratificante finaliza-la e saber mais sobre a vida de Anne Frank. Anne foi uma
menina muito nova que passou por situações adversas e cruéis, que tentou lutar
pela sobrevivência, em um lugar que só havia miséria e doenças.
Essas histórias
sempre serão lembradas e é importante que o sejam, para que nunca mais aconteça
algo sequer semelhante. São histórias como essa que nos passam lições
importantes, mas que infelizmente muita gente ainda não aprendeu. Jamais
devemos discriminar alguém, o ser humano pode ser muito cruel e seu ódio não
tem dimensão, o poder sobe a cabeça e devemos nos policiar contra isso.
Sabe o que senti
ao ler esse livro? Um sentimento de vergonha e injustiça. A primeira coisa que
percebi, foi que apesar das mulheres terem sobrevivido, elas não conseguiram
ser mais as mesmas, não conseguem ter uma vida realmente feliz, com seus
parceiros e família, pois estão emocionalmente mudadas, com estresse emocional
e psicológico abalado, apesar de todo o tempo que se passou, são marcas difíceis
de carregar e são para o resto de suas vidas.
Na minha
opinião, todos deveriam ler, ao menos uma vez, algum livro sério sobre o
holocausto, para repensarmos certas atitudes que tomamos. Claro que essa guerra
será lembrada para sempre e que Adolf Hitler será lembrado junto como o
causador desse massacre, no entanto, mas vale lembrar que um homem sozinho não
teria feito aquilo tudo, não estou defendendo ele, jamais, ele era cruel e
manipulador, mas os demais homens apoiavam mostrando o monstros que podem se esconder
por trás de um único nome.
Não é um livro
muito grande, mas sua carga emocional é enorme. Na capa temos uma foto de Anne
Frank em tempos de escola, aos treze anos. A edição trás tamanho da fonte
confortável à leitura, não encontrei erros de digitação e não notei outros, as
folhas são amareladas o que não agride os olhos ao decorrer da leitura.
Se recomendo?
Claro que sim! Para todas as pessoas! Para todos que gostam de ler biografias,
de conhecer histórias reais, histórias de pessoas que passaram pelo holocausto
e que gostam de emoções fortes, ou que procuram livros que possam mudar seus
pontos de vistas sobre algo, que vai lhes marcar para levar algo de bom para a
vida e lhes fazer refletir. Recomendo!
[O Autor] Willy Lindwer nasceu em Amsterdã,
Holanda, onde estudou na Academia de Cinema e Televisão da Holanda. Quando
Lindwer terminou seu estudo, ele trabalhou para várias estações de TV pública
holandesa. Em 1985, ele estabeleceu sua própria empresa, AVA-Productions,
na qual fez a maioria de seus filmes.
Willy é mais
conhecido por seus filmes sobre o Holocausto, Israel e Oriente Médio,
judaísmo e cristianismo, mas tem experiência em uma ampla área de cinema
documentário.
Em 1988, ele
ganhou o prêmio Emmy internacional por seu filme "Os últimos sete meses de Anne Frank". Este filme
contém os testemunhos de sete mulheres que testemunharam os últimos meses da
vida de Anne Frank nos campos de concentração nazistas,
incluindo Hanneli Goslar, um antigo vizinho dos francos; Bloeme
Evers-Emden, um colega de classe de Margot; e Janny Brilleslijper,
que a enterrou em Bergen-Belsen.
Classificação:
Esse livro é incrível, né? Li um tempo atrás e foi uma excelente leitura. É triste imaginar que tudo isso aconteceu realmente na nossa história. É de partir o coração, porém uma leitura obrigatória!
ResponderExcluirBeijos,
Blog PS Amo Leitura
Olá!
ResponderExcluirAcho importante que a voz dessas mulheres e de tantas outras pessoas que sofreram sejam ouvidas! Infelizmente foi uma tragédia de relevância e enquanto a sociedade se recordar dos erros do passado temos alguma esperança de que algo assim não volte a acontecer.
Andy -StarBooks
Assim como você, enredos aasim me deixam emotiva e angustiada, mas gosto muito de livros que nos trazem relatos de quem vivenciou esses momentos históricos. Entendo seu sentimento de injustiça durante essa leitura e só isso já me dá uma ideia da carga emocional que comentou. Não conhecia o livro, mas quero ler.
ResponderExcluirAbraços.
O Diário de Anne Frank é um dos meus livros favoritos e estou com muita vontade de ler esse, amei ler a sua opinião, apesar de toda a emoção e angústia que essas histórias passam, curto muito livros que se passam em guerras, então acho que irei amar esse!
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