Resenha: Peter Pan - A Origem da Lenda.

Título: Peter Pan - A Origem da Lenda.

Autor: J. M. Barrie.

Editora: Universo dos Livros.

Gênero: Aventura, Fantasia, Ficção, Infantil, Infanto-juvenil, Literatura Estrangeira.

Páginas: 96.

Ano: 2015.

Idioma: Português.

ISBN-13: 9788579309205.

ISBN-10: 8579309204.

Skoob: aqui.

Um dos mais célebres personagens da história da literatura em edição inédita no Brasil!

Criada no início do século XX, a lenda encantadora do Peter Pan tornou-se, com o passar do tempo, um símbolo da eterna infância e do imaginário infantil na divisa com o mundo dos adultos. Em uma edição inédita no Brasil, a editora Universo dos Livros apresenta a origem do clássico que marcou gerações!

Embarque nesta fantástica jornada, onde você desbravará junto ao “menino que não queria crescer” a zona esquecida dos Jardins de Kensington, local onde a lenda tomou forma. Conheça também as incríveis fadas que lá habitam, bem como as outras espécies de seres míticos.

Dê asas à sua imaginação e conheça Peter Pan como você nunca viu!

Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu falar em Peter Pan. São tantas histórias e tantos filmes que giram em torno desse personagem, ele que é uma das maiores lendas inglesas que, eu, pessoalmente, acredito que não tenha uma só pessoa no mundo, não importa se criança ou adulto, que jamais ouviu esse nome: Peter Pan.

Se você está esperando encontrar nessa história a Wendy, Sininho, o Capitão Gancho e até mesmo os meninos perdidos, sinto que vou decepcionar você. Como o título propriamente da história diz, nesse livro vamos conhecer a origem de tudo, vamos descobrir como o famoso Peter Pan se tornou a eterna criança que não cresce nunca.

Que livro doce...

Não posso falar muitas coisas, pois o livro é extremamente curto, noventa e seis páginas apenas, então qualquer coisa que eu possa falar mesmo sem querer pode acabar se tornando um spoiler monstro. Mas, algo que posso dizer sem o menor receio é que o livro é recheado de fantasia. Ele tem uma magia, uma aura tão infantil e doce que nos faz ficar fascinado durante a leitura.

Como os demais livros que envolve essa lenda, a obra tem um narrador que nos relata toda a história desse menino que apenas com sete dias em sua vida humana não conseguiu desapegar das suas asas e da vida livre que tinha quando era um pequeno pássaro. 

Sim, segundo o autor, as crianças são pequenos pássaros que se transformam nos humanos, e a personalidade que elas adquirem em sua vida são decorrentes dos pássaros que as criaram. Assim como quando uma criança parte antes da hora, ela se torna novamente um pássaro, uma bela andorinha que não consegue desapegar de sua família terrena.

Mas, voltando...

Peter é uma criança que não se acostumou a ser humano, porém, também não é mais um pássaro. Ele é um simples meio-a-meio e por conta disso, não cresce mais. Está preso a sua forma e ao seu tamanho, sem contar que se não fosse pela sua força de vontade e inteligência estaria preso também na ilha que posteriormente será conhecida como a Terra do Nunca, pois perdeu a sua fé em seu poder de voar.

Questionamentos que sempre tivemos sobre esse personagem são todos respondidos nesse pequeno  e encantador livro. Peter Pan não sente falta da sua mãe? Ele nunca tentou voltar? Como ele pode viver todo esse tempo sozinho?

Confesso que conforme lia comecei a sentir pena do pequeno menino perdido, mas ao mesmo tempo me encantava a cada página pelo seu coração puro e a doce inocência que ele carrega consigo. Contudo, como disse, o livro apresenta um narrador e é esse mesmo narrador que nos dá um pequeno tapa na cara ao nos mostrar que não temos o porque ter dó desse garoto uma vez que não sentimos falta daquilo que nunca tivemos ou ao menos sabemos que existe.

Uma coisa que achei bem interessante nesse livro é que o autor não nos poupou da importância que os Jardins de Kensington tem para a história original de Peter Pan, isso é um fato tão absoluto que se você tiver a oportunidade de ir para Londres e visitar esse jardim, bom, você vai ver a bela estátua que tem de Peter Pan tocando a sua flauta  nesse parque. 

A leitura dessa obra é bem rápida uma vez que o livro é curtinho, possui apenas seis capítulos, e a escrita do autor é extremamente leve e fluída. Doce e completamente inocente. 

Vou aproveitar para "falar" um pouco sobre a diagramação desse livro. A Universo dos Livros, sem ser puxa-saco, mas a cada dia que passa, fico cada vez mais encantada com os livros que publicam. A cada inicio de capítulo temos desenhado na parte inferior da página o Big Ben e nas páginas posteriores os desenhos de flores, em outras pequenos brilhos que se assemelham a estrelas. As páginas são amareladas e bem grossas, sem contar a fonte que é perfeita para a leitura. Não encontrei qualquer coisa para relatar quanto a revisão, isso é outra motivo que vale a pena ressaltar.

Sendo assim, quero convidar você para conhecer mais a fundo essa lenda que encanta as crianças e adultos do mundo inteiro. Venha embarcar em um dos mais famosos jardins de Londres, se encantar com as fadas e com todas as criaturas que surpreendentemente ganham vida após o toque de recolher. Peter Pan - A Origem da Lenda é aquele tipo de livro que faz o leitor se sentir acalentado, encantado e desperta a nossa criança interior fazendo você carregar um pequeno sorriso nos lábios ao finalizá-lo.

[Quotes]

Se você perguntar para sua mãe se ela sabia da existência de Peter Pan quando garota, a resposta será a seguinte: "Claro que sim, filho". E se perguntar se ele montava uma cabra naquela época, ela responderá: " Que pergunta tola. É claro que sim". Agora se você perguntar para a sua avó se ela conhecia Peter Pan quando garota, ela também responderá: "Claro que sim".

O motivo para os pássaros poderem voar e nós não é o simples fato de que eles têm plena fé. E ter fé é ter asas.

- Acho que devo voltar para minha mãe - ele disse, timidamente.
- Adeus - Salomão respondeu com uma expressão estranha em seu olhar.
Mas Peter hesitou.
- Por que você não vai? - o ancião perguntou, educadamente.
- Será... - Peter começou, com a voz rouca. - Será que ainda posso voar?

 Ele achava que passava os melhores momentos nos Jardins, e achar que você viveu os melhores momentos é quase tão bom quanto realmente tê-los vivido.

- Se eu escolher voltar para minha mãe - ele. por fim, perguntou -, você poderia me conceder tal desejo?

Que filho incrível ele poderia ter sido para ela! Ah, Peter! Nós que cometemos grandes erros sabemos muito bem como deveríamos agir se tivéssemos uma segunda chance. Mas Salomão estava certo, não existe segunda chance, não para a maioria de nós.

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