Resenha: Fique Comigo – Ayòbámi Adébáyò.

Título: Fique Comigo.

Páginas: 240. 

Ano: 2018.

Idioma: Português.

ISBN-10: 8595083202.  

ISBN-13: 9788595083202. 

Autor: Ayòbámi Adébáyò.

Editora: Harper Collins.

Gênero: Romance, drama, literatura estrangeira.

Encontre no Skoob.

Cortesia / Editora parceira LT 2018

Sinopse: Finalista do Baileys Women’s Prize for Fiction, este romance de estreia inesquecível ambientado na Nigéria dá voz a marido e esposa enquanto eles contam a história de seu casamento — e as forças que ameaçam destruí-lo. 

Yejide e Akin se apaixonaram na faculdade e logo se casaram. Apesar de muitos terem esperado que Akin tivesse várias esposas, ele e Yejide sempre concordaram que o marido não seria poligâmico. Porém, após quatro anos de casamento — e de se consultar com médicos especialistas em fertilidade e curandeiros, tomar chás estranhos e buscar outras curas improváveis —, Yejide não consegue engravidar. Ela está certa de que ainda há tempo, mas então a família do marido aparece na sua casa com uma jovem moça que eles apresentam como a segunda esposa de Akin. 

Furiosa, chocada e lívida de ciúmes, Yejide sabe que o único modo de salvar seu casamento é engravidar. O que, enfim, ela consegue — mas a um custo muito maior do que poderia ter imaginado. 

Um romance eletrizante e de enorme poder emocional, Fique comigo não apenas debate as questões familiares da sociedade nigeriana, como também demostra com realismo as mazelas e as dificuldades políticas enfrentadas pela população desse país nos anos 1980. No entanto, acima de tudo, o livro faz a pergunta: o quanto estamos dispostos a sacrificar em nome da nossa família?

Oie! Como sempre, trago uma resenha simples, mas um pouco diferente, dividida em duas partes, sendo a primeira sem spoilers e a segunda contendo apenas isso, às vezes de forma mais leve, às vezes não. Vou sempre sinalizar bem, mas para aqueles que não gostam de spoilers, atenham-se aos avisos.

Sem mais delongas, sigam-me os bons!

[Parte I – sem spoilers]

Enquanto ainda cursava a faculdade, Yejide conheceu Akin, um rapaz que no instante em que a viu decidiu que terminaria com a atual namorada, pois sabia que seria com ela que ele iria casar e assim fez. Iniciaram uma família feliz em Ilesa, na Nigéria. Akin trabalhava como contador em um banco importante, e Yejide possuía seu próprio salão de beleza. Eles tinham tudo para ir adiante na vida, Akin havia até mesmo jurado não ter mais esposas além de Yejide, mas após quatro anos de casados, ela ainda não havia engravidado.

Mesmo se arrastando para montes em jejum para consultar homens que diziam saber de tudo e consultando curandeiros que prometiam que em breve ela estaria grávida após alguns rituais, Yejide não perdeu a esperança nenhuma vez, até mesmo porque os médicos especialistas lhe disseram que não havia problema nenhum com ela após olhar seus exames.

No entanto, as famílias de ambos não achavam isso normal, principalmente a Moomi de Akin, que queria que seu filho primogênito lhe desse muitos netos. Sendo assim, um dia, a Moomi de Akin apareceu na porta da casa de seu filho, afim de apresentar para Yejide a segunda esposa dele, Funmi, aquela que iria gerar os filhos de Akin, já que Yejide não era capaz.

Como qualquer outra mulher normal, Yejide surtou. Akin havia lhe prometido que não seria poligâmico e traíra sua confiança, mas ela não deixaria seu relacionamento se abalar, ela engravidaria a qualquer custo. E engravidou. Os enjoos matinais chegaram com força, fazendo com que poucos alimentos parassem em seu estômago, deu início as aulas pré-natal e quando foi fazer o ultrassom três meses depois, teve uma grande surpresa: não havia bebê nenhum em sua barriga.

Com toda a pressão em engravidar que veio sofrendo por todos os anos de casados, Yejide acabou tendo Pseudociese, um tipo de gravidez psicológica que causa todos os sintomas que uma gravidez de verdade traz, e após ter sido "substituída" por outra mulher para gerar os filhos de seu marido, a situação de Yejide só piorou, porém, ela ficou grávida – dessa vez de verdade – antes mesmo de Funmi.

[A PARTIR DAQUI, LEIA POR SUA CONTA E RISCO!]

[Parte II – com spoilers]

Caso você já tenha lido “Fique Comigo" continue aqui comigo, mas se você não leu o livro e não curte spoilers, não recomendo ler essa segunda parte, pule direto para o fim da resenha, no entanto, se continuar por aqui, fica por sua conta e risco!

Que aflição! Tentei me colocar na pele de Yejide e me imaginar tendo todos os sintomas que uma grávida tem e não ter nenhum bebê na barriga enquanto tudo me dizia o contrário, e que tortura! Você almejar algo, correr atrás daquilo e não conseguir por uma atitude egoísta de alguém que diz te amar e te deixa sofrer dessa forma.

Eu peguei raiva de Akin, pela sua mentira, por não contar pra ela e assim deixar que ela realmente pensasse que a incapaz era ela, por deixar ela sofrer pela morte de cada filho que teve, e principalmente por colocar seu próprio irmão em baixo de seu teto para engravidar sua esposa já que ele era incapaz.

Apesar do sofrimento que a história passa, eu adorei a trama que a autora criou, a morte de Funmi, que sinceramente, mereceu, afinal, se não tivesse tentado bancar a esposa geradora de bebês suprema, não teria morrido. E sobre Dotun, não tenho muito o que falar, dá pra ver que no fim ele acabou se apaixonando por ela secretamente, mas temia pelo irmão, tanto que partiu. Mas ele fez o que lhe foi pedido apenas, e quando se entra em uma situação dessas, sentimentos se entrelaçam, quer queira, quer não.

[Finalizando]

A história de Akin e Yejide é triste e complexa. A luta para engravidar, a gravidez imaginária, a perda de um filho e muitas outras situações que o livro apresenta, torna-o um livro angustiante, cheio de aflição e dores. Fazendo com que o leitor queira chorar com Yejide enquanto ela sofre.

A escrita, mesmo que sendo inédita, afinal, quantos livros Nigerianos temos lançados no mercado Brasileiro?, é bem leve e recheada de detalhes, não só sobre o círculo da história de Yejide e Akin, mas também da cultura que eles possuem e a política e os golpes que a Nigéria estava sofrendo na época, o que torna o livro muito mais interessante e bem estruturado, não deixando que o leitor fique tão perdido no decorrer da história. 

Sendo assim, o livro conquistou 5 estrelas merecidas. A apresentação da história, com toda sua editoração, nos presenteia com uma edição linda e bem colorida. Fazendo com que "Fique Comigo" seja identificado na estante de qualquer leitor de longe. 

Mas, e vocês? Já leram? O que acharam de “Fique Comigo”? Caso não tenha lido, se interessou? Deixem seus comentários, vamos adorar!

Por enquanto, é só! Espero que tenham gostado. Um beijo, e até a próxima!

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