Resenha: O Mau Exemplo de Cameron Post.
Nome: O
Mau Exemplo de Cameron Post.
Autora: Emily
M. Danforth.
Editora: HarperCollins
Brasil.
Gênero: Ficção,
jovem adulto, LGBT, GLS, literatura estrangeira.
Páginas: 448.
Ano: 2018.
ISBN-13: 9788595080980
ISBN-10: 8595080984
Skoob: aqui.
Compre: aqui.
Cortesia / Editora parceira LT 2018.
Quando os pais de Cameron Post morrem em um acidente
de carro, a primeira coisa que ela sente, para sua própria surpresa, é alívio.
Alívio que eles nunca vão precisar saber que, algumas horas antes, ela estava
beijando uma menina.
Mas o alívio não dura, e Cam é forçada a morar com sua
tia ultraconservadora e sua bem-intencionada mas antiquada avó. Ela sabe que,
daqui em diante, tudo será diferente. Sobreviver nessa pequena cidade rural de
Montana exige que Cam finja ser igual a todo mundo e evite assuntos indelicados
(como diria sua avó), e ela é boa nisso.
Até que Coley Taylor chega à cidade. Coley é perfeita,
e tem um namorado perfeito para completar. Ela e Cam forjam uma amizade
intensa, que parece deixar espaço para algo mais. Mas assim que isso começa a
parecer possível, a religiosa tia Ruth decide que é hora de “consertar” sua
sobrinha, a mandando para God’s Promise, um acampamento de conversão que deve
“curar” sua homossexualidade. Lá, Cam fica frente a frente com o custo de negar
quem ela é – mesmo que ela não tenha certeza que sabe realmente quem é.
O mau exemplo de Cameron Post é uma estreia literária
inesquecível e impressionante sobre descobrir quem você é e ter a coragem de
viver de acordo com suas próprias regras.
Oi, gente! Hoje venho trazer um livro que vai
causar um certo rebuliço por ai. Um livro que originalmente foi classificado
como ficção, mas falando sério e vendo o nosso mundo de hoje em dia, essa
ficção está bem próxima de se tornar realidade, infelizmente.
Bem-vindos ao Mau Exemplo de Cameron Post!
O Mau Exemplo de Cameron Post é um livro que não é nem um pouco
curto e, para ser sincera, ele também não é um livro que seja de fácil leitura.
É um livro complexo, real, que nos ensina o outro lado do preconceito e nos
mostra o que uma pessoa que é homossexual passa perante algumas pessoas da
sociedade até hoje. Principalmente atualmente, com alguns lideres religiosos
que estão por ai querendo se tornar presidente para fundar a "cura gay!
Voltando...
O Mau Exemplo de Cameron Post nos conta a trajetória de vida de
Cameron desde o primeiro beijo, a descoberta da sexualidade, os seus medos, as
suas angústias e os seus sofrimentos.
O livro se inicia com a nossa protagonista pré-adolescente, ela tinha
uma vida considerada boa. Com pais que amava e a sua melhor amiga, Irene. Desde
pequena, podemos perceber que a nossa mocinha é bem influenciável de certa
maneira e se deixa envolver em tudo o que lhe “desafiam”, sejam pequenas coisas
como quem chega primeiro em uma corrida, até coisas mais sérias como roubar
pequenos objetos de lojas. No entanto, a vida da personagem mudou quando ela
foi desafiada por Irene a lhe dar um beijo. Nesse momento, Cameron viu que o
que sentia por Irene, mesmo sendo criança, não era apenas um amor de amiga e
sim algo mais, uma atração a mais, e por conta disso os beijos passaram a se
repetir até que algo muito ruim acontece na vida de dela.
Levando em consideração que o livro se passa inicialmente no verão de
1989, conseguimos entender o porquê de as coisas ruins que aconteceram com a
jovem ela atribuir como consequência dos seus últimos atos, afinal, roubar e
beijar uma pessoa do mesmo sexo, para época era algo repulsivo para
determinadas crenças.
A vida de Cam virou de ponta cabeça, agora ela morava com a sua avó e a
sua tia que é uma pessoa extremamente religiosa e vive com base nos
ensinamentos e nas crenças da Igreja, e Irene foi embora. A nossa menina
tentava evitar, levava sua vida de maneira normal, mas não conseguia deixar de
notar que era diferente, que gostava mesmo de meninas e não dos garotos.
Foi quando Cam conheceu Coley Taylor, uma jovem que
chega na cidade. Sabe aquelas meninas perfeitas, com o namorado perfeito e tudo
mais? Pois então, Coley vira a melhor amiga de Cam e consequentemente o seu
novo amor. O que a jovem não esperava era que seria correspondida e eis que
começa o “inferno de Cam”.
A sexualidade “exótica” de Cam é algo que é totalmente contra os
ensinamentos cristãos e por isso a jovem é levada até o Promessa de
Deus, um local no qual os adolescentes pecadores são enviados para que
através da palavra do Senhor encontrem a cura.
Nossa... Vou ser sincera
para com vocês, esse livro não foi nem um pouquinho fácil para mim.
Não sou uma pessoa que gosta de livros
biográficos e O Mau Exemplo de Cameron Post,c onforme a leitura ia
fluindo, me passava a sensação de que estava lendo a história de vida de
alguém. Isso ocorre porque tudo em seu decorrer é muito bem detalhado, sejam as
ações, os sentimentos e até mesmo as consequências de tudo. A perfeição dos
detalhes surpreende o leitor, para alguns a riqueza dos detalhes pode ser um
ponto positivo, para outros como eu pode atrapalhar a leitura
um pouquinho.
Outro fator que me incomodou um pouco foi à
falta de um “ápice”. Sabe aquele momento em que o livro chega a um auge e então
lhe prende de tal forma que você não consegue largar o mesmo? Não encontrei
isso nessa obra. Ele é uma constante, um crescimento progressivo sobre a vida e
as suas consequências.
As personagens citadas como um todo são
muito bem desenvolvidas, e possuem o seu papel importante na história, ao seu
modo. Confesso que não senti a menor feição por Cameron, tiveram muitas partes
do livro em que eu tinha vontade de dar uns tapas nela, mas nos seus momentos
de mais necessidade e dúvidas, tinha vontade de pegá-la no colo e falar: “Ei
garotinha, está tudo bem. Todas as formas de amor são válidas”.
A escrita da autora é simples, mas para minha
pessoa, a leitura não foi fluída por conta dos vários detalhes que possui em
seu decorrer. A obra é narrada em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista.
Não encontrei nenhum erro de edição ou revisão. Falando de edição, a mesma está
simples e com algumas ilustrações, as páginas são amareladas, com um ótimo
espaçamento entre as linhas e conta com uma confortável fonte para a leitura. A
divisão dos capítulos e das partes do livro são bem definidas.
Falando nisso, o livro é dividido em três
partes: Verão de 1989, Ensino Médio –
1991 - 1992 e A Promessa de Deus – 1992 -
1993, sendo essa a pior parte do livro, na minha opinião. Longe de mim falar
isso em relação a escrita ou a história em si, mas coloco isso por realmente
não concordar com essa medida. Doeu ler. Me machucou, me chocou e me deixou
revoltada. Não é errado uma pessoa ser homossexual, não é um pecado isso. É
amor! Não escolhemos quem amamos, simplesmente acontece e não merecemos ser
julgados por isso e muito menos pagar por isso.
Pessoalmente acredito que a adolescência é
uma época de descobertas, é a principal fase da sua vida, na qual você vai
descobrir quem você é, o que você quer ser e como você quer levar a sua vida. A
obrigação e o castigo acabam por estragar uma pessoa mesmo quando querem ajudar,
tornando uma pessoa ressentida e infeliz, para não falar rebelde e revoltada. E
esse livro nos trás isso, nos mostra a questão de ter que negar a si, para
agradar os outros. Vale a pena isso?
O que me faz dizer que esse livro é muito
atual, impactante, bem impactante na verdade, e uma leitura muito necessária e
até mesmo obrigatória para os jovens e principalmente para as pessoas que são
muito conservadoras. Você já se imaginou presa em um mundo no qual você é tido
como a pessoa errada, por ser aquilo que você nasceu para ser? – acorda
sociedade!
Algo que vale a pena levantar, talvez, é
que, para mim, a crítica da autora nesse livro não está voltada para homofobia
apenas e sim para o fanatismo religioso também. Tudo o que é demais é ruim,
para todos os fatores da nossa vida. Para quem não sabe, eu, Mayara, sou uma
pessoa muito religiosa, mas a minha religião não tem nada haver com isso que
está no livro e foi com base nos ensinamentos que estou tendo diariamente que
aprendi que nada nessa vida deve ser levado a ferro e fogo, tudo tem um porém,
tudo tem uma opção e acredite, o que mais importa lá na frente é a sua atitude
para com o outro do que o que você seguiu e construiu. Fica a dica.
[QUOTES]
“Era assim que as coisas normalmente aconteciam entre nós. Éramos melhores amigas ou inimigas mortais, sem meio-termo. Empatamos na posição de melhores alunas entre o primeiro e o sexto ano. Na competição de preparo físico, ela me venceu na barra fixa e no salto, mas eu arrasei nas flexões, nos abdominais e no tiro de cinquenta metros. Irene tinha vencido o concurso de soletrar; eu, a feira de ciência.”
“Mesmo que nunca tivessem me dito especificamente para não beijar uma garota, ninguém precisava fazer isso. Beijos eram coisas entre meninos e meninas: na nossa turma, na TV, nos filmes, no mundo.”
“Gosto de pensar que podem ver tudo, e que seja lá o que estiver esperando por mim, espero que não consiga me derrubar. Ao menos não muito.”
Classificação:
Eu também sou religiosa demais, assídua e seguidora. Mas confesso que também não entendo as religiões que condenam, que apontam o dedo e julgam sem piedade alguma.
ResponderExcluirSei lá...ainda é muito estranho tudo isso.
Mas voltando ao livro, não conhecia e gostei demais de tudo que li acima. Mesmo em sua complexidade e talvez um pouco de revolta, acredito que seja uma leitura meio que obrigatória, ainda mais nos tempos que vivemos.
Vai para a lista de desejados com certeza.
Beijo
Oi... Confesso que não é o meu gênero preferido e também achei a estória um pouco densa.
ResponderExcluirMas quem sabe um dia eu leia.
Oi Mayara, tudo bem? Apesar de não parecer uma leitura muito fácil, o tema me chama bastante atenção. Acho que parece um livro que todos deveriam ler e debater mais sobre o tema, pais e adolescentes! Está na minha lista de leitura!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Olá, tudo bem ?
ResponderExcluirAchei interessante conhecer sobre o livro e a temática, mas estou fugindo de livros densos de leitura arrastada e que exija muito de meu psicológico, então neste momento, deixo o livro passar. Mas achei bem interessante também a forma como ele é dividido.
Beijos
Oi May! Este é um livro atual. Vemos hoje repúdio e preconceito com tudo que é diferente, não somente a escolha sexual, mas por vários outros aspectos as pessoas são pré julgadas, antes de serem conhecidas e apreciadas por seu valor como pessoas. Entendi porque você se sentiu incomodada com o modo como a autora conduziu o livro. A garota se oprime desde criança, e passa a conviver com pessoas que a julgam doente, e entra aí mais um assunto super atual: o fanatismo religioso. Também sou uma pessoa de fé, apesar de não seguir exatamente determinada religião. Elas usam a religião como tábua de salvação para algo completamente comum e normal. Afinal, amar é doença?
ResponderExcluirCompartilho de sua opiniões.
Bjoxx - http://www.stalker-literaria.com/
Estou curiosa para ler essa obra, embora já tenha lido mais de uma vez que a leitura é um pouco arrastada, devido a detalhes e complexidade do tema que a autora aborda. Concordo com você quando diz que esse tema é bem atual, muito atual. Concordo também que tudo em excesso prejudica, seja lá o que for. E outra coisa, sempre houve conservadorismos e preconceitos, mas acresito que hoje em dia a coisa está pior por estar mais escancarada. Parece que as pessoas perderam a noção de pudor e respeito alheio, uma quase certeza de impunidade as ampara. Ainda mais depois do advento das redes sociais que as torna "anônimas". Lamentável! Só tem uma coisa que ainda não sabia sobre a obra, a falta de ápice, poxa que chato isso, todo leitor espera por um ápice rs Bexus @leitoraconectada
ResponderExcluirJá conhecia o livro em questão, assim como sua premissa dramática, mas é novo essa complexidade que mencionou. Confesso que não curto mutas descrições de detalhes, mas se elas tornam a trama mais rica, é aceitável. Lendo tudo que mencionou entendo a sua opinião sobre complexidade. Quero muito ler.
ResponderExcluirBeijos.
https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/
Helloo, tudo numa nice?!
ResponderExcluirDevo ter visto esse livro por aí entre os leitores do skoob, mas nunca tinha lido resenha ou nada sobre ele. Não me interessou. Além de a obra se passar há muito tempo. Isso também me afasta como leitora. Acho que um romance, YA ou qualquer gênero parecido não poderia ser descritivo, pois fica cansativo demais. Anyways, o livro não me interessou.
Beijin...
Alana Gabriela | Books and Stuff
Olá!
ResponderExcluirEu vi sobre esse livro e tinha ficado curiosa. Acho que só do fato dele ser YA me chama atenção e pelo visto o autor soube conduzir a trama. Uma coisa que me atrai muito nas leituras é quando são divididas em partes, pois dá pra reunirmos mais informações sobre os personagens.
Sua resenha me deixou com boas expectativas e espero ler em algum momento.
Beijos!
Camila de Moraes
Este livro está na minha lista para ler ainda este semestre e confesso que fiquei um pouco receosa quando você o descreve de difícil leitura. Mas acho o tema importante e traz representativa e isso é sempre bem vindo. Acho que a homofobia caminha quase de mãos dadas com o fanatismo religioso e acho que a leitura pode ser bem esclarecedora neste ponto. Adorei a resenha.
ResponderExcluirBeijos
Oi!
ResponderExcluirEu não conhecia esse livro até a sua resenha, mas confesso que fiquei impactada com a sinopse ao dizer que a personagem sentiu o alívio quando os pais morreram, é um sentimento tão difícil de querer ser aceito e amado simplesmente por ser quem é, sem julgamentos e preconceitos. Acredito que deva ser uma leitura pesada, mas essencial para entender melhor tudo o que um homossexual passa. Obrigada pela dica! Pretendo ler em breve =)
beijos
Oi, Mayara!
ResponderExcluirPessoalmente, acho sempre uma escolha muito interessante quando as histórias não possuem um ápice, é uma forma que obriga a autora a ter uma escrita extremamente redondinha para que a continuidade e ritmo da narrativa se mantenha sem qualquer outro recurso - confesso que fiquei bastante interessada no livro principalmente por causa disso. O tema tratado também é bastante importante, pela sua resenha me pareceu que realmente o tema do preconceito se entrelaçou bem com o do extremismo religioso (e né, tudo em excesso faz mal). Já coloquei na minha lista de próximas leituras!
Beijo!
Oie, tudo bom? Não conseguiria ler algo assim pois acho dificil ler obras que seguem em constsnte. Não me prende, nem chama a atenção. Amei sua resenha, mas passo a dica dessa vez
ResponderExcluirOi.
ResponderExcluirEsse é o tipo de enredo que desperta meu interesse, mas ao mesmo tempo eu teria que estar preparada para ler. Gosto de assuntos sérios, mas não gosto de ficar incomodada e revoltada durante e leitura. E com certeza algumas coisas me irritariam muito, na verdade já fiquei irritada na sinopse.
Adorei a resenha e anotei a dica para ler mais para frente.
Beijos.
Oie!
ResponderExcluirJá li outras resenhas sobre essa obra, mas infelizmente é um gênero que não curto e não leio, achei muito interessante a proposta da obra e com certeza quem gosta desse estilo de história irá gostar, eu passo a dica!
Bjss
Olá Mayara, tudo bem?
ResponderExcluirEu ainda não li esse livro, mas estou com ele em casa para ler. Confesso que sua resenha me desanimou bastante, eu não imaginava que o livro tinha essa pegada autobiográfica e nem que seria difícil de ser lido, mas é legal ele lidar com homofobia e fanatismo religioso. Vou ter que ler para ver o que vou achar, mas não farei a leitura para ontem rs.
Beijos
Oie!
ResponderExcluirEu gosto de ler livros com uma temática atual, que ainda vai me fazer refletir.
Confesso que não sabia desse lançamento, e gostei dos detalhes que passou sobre a história, onde fiquei conhecendo um pouco mais de tudo o que acontece.
Com certeza, vou gostar dessa leitura.
Bjks!
Histórias sem Fim
Olá, essa é uma leitura que quero fazer, infelizmente é um tema que é realmente pertinente esse da homofobia e do fanatismo, deve ser uma leitura que nos incomoda em alguns momentos mesmo.
ResponderExcluirEsse livro é tão denso! Meu deus, mas concordo contigo, não vi um ápice nele, pra mim a ultima parte é a que mais andou, principalmente pelo plot triste final, né? Mas sem dúvidas a critica feita pela autora é muito válida.
ResponderExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirEu até hoje não li uma história que abordasse o tema LGBT de sua forma verdadeira. Sempre com um jeito clichê. E apesarr de não ser LGBT,apoio a comunidade e tenho amigos queridos que são homossexuais... Eu não li esse livro, mas não é a primeira resenha de 3 estrelas que vejo. Acho que é um tipo de leitura válida, porém, eu não gosto de histórias tão detalhadas como descreveu. Me cansa! Adorei a sinceridade da sua resenha! Beijos