Resenha: O segredo do Conde – Os sedutores de Havisham #2.

Título: O Segredo do Conde.

Série/Trilogia: Os sedutores de Havisham #2.

Autora: Lorraine Heath.

ISBN-13: 9788582355107.

ISBN-10: 8582355106.

Ano: 2018. Páginas: 284.

Idioma: Português.

Editora: Gutenberg.

Gênero: Ficção, literatura estrangeira, romance, romance de época.

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Sinopse: Numa noite de verão, Edward Alcott cede à tentação e beija Lady Julia Kenney em um jardim escuro. No entanto, a paixão que ela agita dentro dele, deve ser deixada nas sombras, isto porque ela ama seu irmão gêmeo, o Conde de Greyling. Mas quando a tragédia ataca, para honrar o voto que ele faz ao seu irmão moribundo, Edward deve fingir ser Greyling até a condessa entregar seu bebê. 

Depois que seu marido retorna de uma estada de dois meses, Julia o encontra mudado. Mais ousado, mais atrevido e mais perverso, mesmo que ele limite seus encontros para beijos. A cada dia que passa, ela se apaixona mais profundamente.

Para Edward, as brumas do desejo provocadas naquela noite há muito tempo são rapidamente reavivadas. Ele anseia ser o marido dela de verdade. Mas se ela descobrir sua artimanha, ela o desprezará – e a lei inglesa o impede de se casar com a viúva de seu irmão.

No entanto, ele deve se atrever a arriscar tudo e revelar seus segredos se ele realmente deve levar tudo.

Olá! É, finalmente desvendei "O segredo do Conde" e? Bem, não sei nem como escrever sobre esse livro para vocês. 

Quando li "Codinome Lady V", o primeiro volume de "Os sedutores de Havisham" desenvolvi uma teoria para quando chegasse a vez de Edward, sendo que eu não tinha pesquisado, na época, qual seria o próximo livro da trilogia, cheguei a comentar com uma amiga minha teoria, ela leu "O segredo do Conde" antes de mim e me disse: Você estava certa... E? Lascou-se! Agora que chegou minha oportunidade de lê-lo fui com o coração apertado ao virar de cada página, do começo ao fim. 

Bem, sem mais delongas, vamos logo para essa resenha e ver de que forma posso abordar o enredo que as 284 páginas desse livro trazem, para apresentá-lo pra vocês. Cliquem aí e sigam lendo!

Temos aqui, de certo modo, um romance de época um tanto diferente, sedutor e ao mesmo tempo "repelente", do tipo que faz a gente parar pra pensar, o tempo todo, para onde o protagonista principal acredita estar caminhando. 

Esse livro me fez ter sentimentos contraditórios, ao mesmo tempo que torcia para o Edward, desde o primeiro volume da série, não desgostei, em momento algum, de seu irmão gêmeo, Albert. A autora foi muito cruel em tirar a felicidade de um para dar ao outro, o tempo todo, se é que me entendem!

Qual o motivo de eu dizer isso? Para Albert ser feliz, Edward se depreciou, calou seus instintos e sentimentos e viveu de um modo auto-destrutivo até que sua vez de ter um enredo chegou. Albert não teve escolhas, sua vida lhe foi ceifada e a autora não quis que nos apaixonássemos por ele pois ela sabia o tempo inteiro que lhe faria isso. Autora má, daquelas que senta e toma um drinque bem quente com aquele cara lá debaixo! Destruidora de corações, daquelas que pisa na nossa alma sem dó nem piedade e, pior ainda, daquelas que faz a gente só largar o livro quando chega ao fim. 

Os gêmeos foram criados em Havisham, junto com seus amigos, depois da morte de seus pais em um acidente, ali, a bagunça do tirar a alegria deles, tirar e tirar já começa, apesar de ter-lhes dados irmãos e alguém que lhes seria como um pai, de certo modo. 

Eles cresceram aprontando todas, são fiéis aos seus, e ficaram conhecidos como Os sedutores de Havisham, consigo visualizar bem Edward com esse "título", mas não Edward, que me deu um ar de certinho demais para o meu jeito doida de ser, no entanto, eles não mereciam partilhar o mesmo amor, já bastava o ventre ao mesmo tempo – não que isso seja ruim, foi só uma péssima tirada para com o enredo do livro – risos.

Para completar, a forma com que a autora faz Julia conhecer Edward melhor me deixou irritada e ao mesmo tempo fissurada a cada virar de páginas, como assim, ela não percebe? Meu Deus, não dá para aceitar! As vezes a gente só vê o que quer mesmo, é o que esse livro reforça! 

A dor da perda é palpável o tempo inteiro, de ambas as partes, partindo de Edward e de Julia. A forma com que Julia descobre O Segredo do Conde é de arrebentar o coração de qualquer leitora, não sei se eu conseguiria perdoá-lo, tenha sido por atender um pedido de Albert o que ele fez ou não. 

Uma vida estagnada que passa a ser vivida de forma atormentada por desejos reprimidos e culpa, uma vida que passou a ser vivida por conta da morte doe outrem. Uma vida que era maravilhosa mas que, não se via que estava estagnada até que se recebeu mais, mais do que se achou ser possível, uma vida que tornou-se intensa porque a intensidade veio de outrem e não de quem deveria ter vindo, digamos assim. 

Estou dando voltas e voltas e me enrolando, não é? É porquê não quero deixar nada evidente demais pra vocês, não mais do que a sinopse o faz, também porquê o livro foi assim, uma leitura que me trouxe sentimentos contraditórios o tempo todo. Como mãe, ver que um pai que desejou tanto a criança que estava por chegar nem vai conhecer o fruto do seu amor, dói. Ver que um irmão está disposto a abrir mão de ser quem é para viver um amor e proteger aqueles que seu irmão amava, dói, e dá vontade de matar esse irmão! Viver ao decorrer da leitura as emoções que o livro desperta e desvendar, junto com Edward, alguns pequenos mistérios de Albert, dói e ao mesmo tempo trás luz para uma possível nova jornada. A luz pode estar no fim do túnel ou não. As leis da época são diferentes e esse casal pode não ter um final feliz como a maioria deseja, quer saber a verdade desse desfecho? Vá ler, oras! – risos.

Quanto a edição, segue o padrão da série, capas no mesmo estilo, aliás, a capa é linda! Folhas amareladas, fonte de tamanho confortável para leitura, revisão boa, apesar de ter encontrados alguns errinhos de digitação e revisão aqui e ali, nada que se destaque ou atrapalhe a leitura. 

Enfim, para quem curtiu Codinome Lady V, temos em O Segredo do Conde um livro diferente, com uma pegada dolorida e intensa, diferente e ainda assim tão arrebatador quanto o primeiro da trilogia, preciso dizer que espero ansiosamente pelo terceiro – e que eu saiba último volume – que promete ensinar um certo Cavalheiro que mais vale amar e tornar-se louco do que viver sã e não saber o que é amar.

Só posso dizer que leiam e tirem suas próprias conclusões, que leiam de mente aberta e que vejam o romance que se desenrolar-se-a, independente de seu desfecho, com a mente aberta e o coração disposto a se apaixonar por cada personagem e detalhe. Confesso que amo o Edward, o personagem é incrível e ele me ganhou ainda mais ao evidenciar mais detalhes de sua personalidade, gostei também de Julia e de sua necessidade de mais, no entanto, o enredo do livro não me ganhou tanto, pois eu não consegui apoiá-los o tanto que eles precisavam, os protagonistas.

Preciso dizer que gostei de rever, apesar de que em poucos momentos, os amigos de Havisham, que são, de fato, como irmão de Edward e de Albert, de ver o quanto eles se conhecem e de que, apesar de acreditarem que algumas coisas são uma tremenda loucura, eles estão dispostos a apoiar uns aos outros, doa a quem doer.

Eu vou parar por aqui, e para entender cada palavra confusa que aqui deixei, vocês tem de ler esse livro. Fico por aqui, com um gosto agridoce na boca, de quem não sabe se gostou ou não, mas que curtiu a viagem literária e devorou mais um dos Sedutores de Havisham através da escrita fluida e viciante de Lorraine Heath.

Até mais ver!

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