Séries & tal: Titãs – Netflix.

Título: Titãs.  

Produção original: Netflix. Temporadas: 2.

Roteiristas: Akiva Goldsman e  Greg Berlantini. Diretor: Alex Kalymnios, Meera Menon.  

Estréia: 11 de janeiro de 2019. País de origem: Estados Unidos.

Gênero: Ação, drama, fantasia.

Elenco: Alan Ritchson, Anna Diop, Brenton Twaites, Minka Kelly Ryan Potter, Teagan Croft.

Sinopse: Dick Grayson (Brenton Thwaites) e Rachel Roth (Teagan Croft), uma jovem especial possuída por uma estranha escuridão, se envolvem em uma conspiração que pode trazer o inferno à Terra. Junta-se a eles estão a temperamental Estelar (Anna Diop) e o adorável Mutano (Ryan Potter). Juntos, eles se tornam uma família e uma equipe de heróis.

                                            

Oi pessoal! Hoje trago a indicação de uma das séries que assisti há pouco tempo na Netflix, Titãs. Achei ela bem legal, confiram aí minhas impressões!

   Os jovens titãs se tornaram uma das equipes de heróis mais conhecidas da DC depois da estreia da série animada de mesmo nome (Teen Titans, 2003 – 2006). Essa produção possibilitou a Warner emplacar vários filmes animados do time, como a série infantil com os heróis chamada Jovens Titãs em Ação (Teen Titans Go!) e até mesmo o filme Justiça Jovem (Young Justice, 2010), que acaba de voltar de seu hiato de cinco anos.

  A proposta de uma série live-action é sempre promissora, mas ao mesmo tempo perigosa, já que os fãs criaram boas memórias sobre o grupo dos titãs há quase duas décadas.

     Mas a Netflix acabou produzindo uma temporada surpreendente reunindo alguns dos integrantes mais queridos dessa equipe, além disso, a produção foi feita para maiores de 16 anos, o que por si só já foi um diferencial, pois ela além de abordar questões da adolescência e como alguns fariam para lidar com suas novas habilidades, ainda trabalha temas fortes como violência explícita, violência sexual e abuso infantil.   

 [De estoica para polêmica]

   Logo que as primeiras fotos dos bastidores da série Titãs foram divulgadas, a produção sofreu críticas duras dos fãs pela escolha dos atores que iriam representar a equipe.

     Boa parte das críticas eram de origem racista, vindas de pessoas que não conseguiam aceitar que uma mulher negra fizesse o papel da Estelar (Anna Diop), já que a pele da personagem era cor de abóbora e não quiseram pintar a atriz dessa cor. Além disso, reclamaram bastante do Mutano (Ryan Potter), por no seriado ele ser branco, ao invés de todo verde como na animação. Ah, também pela questão de que a Ravena (Teagan Croft) não se assemelhava tanto com a versão dos quadrinhos e desenhos animados.

 Por um lado, Titãs almeja ser uma série adulta, capaz de discutir o universo dos heróis sob uma perspectiva realista, sem deixar de lado problemas morais e legais trazidos pela prática do vigilantismo. É por isso que temos um Dick Grayson (Brenton Thwaites) muito mais violento do que se espera que o Robin seja,  mesmo porque a série pretende mostrar como a vida de um herói pode ser um fardo pesado para uma criança lidar.

   Robin foi sujeito a um treinamento árduo e isento de afeto por parte do Batman, era quase como se ele fosse apenas uma arma a ser utilizada para a defesa dos civis nas ruas. A série demonstra muito bem esse sentimento de revolta cada vez mais crescente dentro do garoto.

   Da mesma forma, há tempos de surgir novos heróis que iniciarão sua jornada como uma forma de lidar com seus traumas e perdas pessoais, inclusive, isso mostra a violência atrelada ao vigilantismo como uma maneira distorcida dessas pessoas encararem seus próprios problemas, ou seja: elas externam o que sentem nas ruas.

   Titãs constrói melhores momentos quando explora a fundo a vida real desses indivíduos sujeitos a uma vida beirando riscos e brutalidade, onde é possível ver que a vontade de ajudar alguém fazendo o bem também pode estar ligada a uma força destrutiva se a razão para a boa ação for a canalização de emoções ruins.

    As cenas de combate são impressionantes, bem coreografadas e prendem a nossa atenção. Eu apreciei bastante ver os vigilantes lutando, bem como o Robin também, apesar de ele quase não conseguir controlar sua ânsia em matar seu oponente, ao invés de apenas vencê-lo  e essa foi uma das razões pelas quais ele deixa de trabalhar com o Batman e acaba ficando por conta própria como detetive e posteriormente auxilia os jovens com habilidades especiais a conhecerem seu potencial, assim surge os jovens titãs nesta primeira temporada.

   Por outro lado, nem todos vão se agradar das mudanças na Ravena, que demora a aceitar seus poderes, se sente duas em uma, como se seu lado obscuro quisesse lhe controlar a todo custo e ela não pudesse mais detê-lo até que atinja todo o potencial do seu poder. Como ela ainda é uma adolescente criada por uma mãe adotiva, ela tem maior resistência em aceitar seu destino e suas origens.

   Em paralelo, temos uma Estelar sem memória, que só sabe que precisa encontrar a Rachel Roth, por um motivo que desconhece. A amnésia justifica a facilidade que Estelar tem de matar todos que passam por seu caminho sem a menor piedade, caso seja necessário e isso traz a discussão sobre o papel da heroína, e os limites que heróis são obrigados a cruzar de vez em quando. No entanto, essa personagem não é muito explorada na temporada, o que nos deixa com esperanças de que na próxima temporada conheçamos mais sobre o planeta e a vida da Estelar lá, antes de vir para a terra cumprir a missão de impedir que uma catástrofe de proporções gigantescas ocorra.

   Titãs deixou muitas lacunas abertas com relação a história de outros vigilantes e personagens que surgiram nos últimos episódios, sobretudo após a entrada de novos integrantes na cena pós-créditos, o que evidencia que a DC deve solucionar todas essas dúvidas, já que há um spi-off de Titãs, Patrulha do Destino, que está  previsto para ir ao ar ainda em 2019.

Titãs é, em geral, divertida, envolvente, tem um elenco competente e a produção  criou efeitos visuais bastante criativos e interessantes para Ravena, Mutano e Estelar.

  Ainda assim, Titãs é uma ótima opção para os fãs da DC que estejam abertos a ver versões diferentes de personagens conhecidos, juntamente com a inserção de temas recorrentes na sociedade. Eu não tinha grandes expectativas quanto a série, mas me surpreendi positivamente no final.

Gostei e recomendo! 

Beijos!