Resenha: Metamorfose? – O protetorado da sombrinha #2 – Gail Carriger.

Sinopse: Nesta deliciosa e maldita sequência da série iniciada com Alma?, Alexia Tarabotti se encontra envolvida, só pra variar, em um mistério sobrenatural.

Alexia Maccon, a esposa do Conde de Woolsey, é arrancada do sono cedo demais, no meio da tarde, porque o marido, que deveria estar dormindo como qualquer lobisomem normal, está aos berros. Dali a pouco, ele desaparece – deixando a cargo dela um regimento de soldados sobrenaturais acampados no jardim, vários fantasmas exorcizados e uma Rainha Vitória indignada.

Mas Lady Maccon conta com sua fiel sombrinha, seus artigos da última moda e seu arsenal de respostas mordazes. Mesmo quando suas investigações a levam à Escócia, o cafundó do Judas onde abundam abomináveis coletes, ela está preparada e acaba provocando uma verdadeira reviravolta na dinâmica da alcateia, como só uma preternatural é capaz de fazer.

Talvez até encontre tempo para procurar seu imprevisível marido. Mas apenas se... lhe der vontade.

A série de STEAMPUNK mais cultuada do mundo! Best-seller do New York Times e finalista do Goodreads Choice Award na categoria Paranormal Fantasy.

Oi gente!

E cá estou eu, para falar com vocês sobre o segundo volume da série "O protetorado da sombrinha" e o que tenho para dizer? Essa série é devorável, adoro ela, é uma leitura muito gostosa. 

Bem, clica aí e segue lendo!

Lembro de ter comentado com vocês – para quem leu a resenha do primeiro volume da série – que no meu primeiro contato com a escrita da autora, senti certa dificuldade de me adaptar em relação a forma de narrativa escolhida pela autora e preciso dizer que na leitura desse segundo volume ela mantém o mesmo estilo – graças a Deus – e que eu já estou completamente adaptada a ele. Gail Carriger trás nessa série um narrador onisciente seletivo que narra tudo em terceira pessoa. É diferente e espero que lhe conquiste, como conquistou a minha pessoa.

A história continua se passando na era vitoriana e trazendo toda uma mistura que eu amo. Confesso que no começo eu estranhei as questões que tornam essa série um steampunk, por conta da época em que a história se desenvolve versos a tecnologia apresentada, mas no fim das contas, essas questões ficcionais dão um toque todo especial a mais para obra.

A qualidade encontrada no primeiro volume se mantém, a autora é bem linear quanto a isso e faz com que a gente fique ávida para saber tudo o que vai acontecer. Temos acontecimentos que se ligam desde o primeiro volume da série, mas gosto muito do fato de a autora renovar o que tem para acontecer ainda que os personagens centrais sejam os mesmos, são poucos que conseguem trabalhar isso bem e Gail me ganhou nisso. Ambientando a história com qualidade, mas sem exagerar em detalhes, dosando tudo perfeitamente, Carriger vai lhe guiando como quer e bem entende ao virar de cada página.

Em “Metamorfose?” temos um retorno ao passado, pendências para serem resolvidas e um acontecimento que está tirando todos os imortais do sério. Nossa Alexia, agora Maccon, está seguindo sua vida e fazendo aquilo que se dispôs a fazer: trabalhando para o governo. Em uma sociedade que mistura vampiros, humanos, lobisomens e uma tecnologia bem peculiar para época, aventuras, confusões, tramoias e muito mais do que você pode imaginar não poderia faltar.

Alexia continua uma personagem incrível que cativou ainda mais o meu afeto de leitora. Seu crescimento é grande e a forma pratica com a qual ela lida com as situações me arrancam algumas boas risadas. Inteligente, sagaz, vivaz e terrível, essa mocinha vai passar por poucas e boas nesse volume. Tem algo acontecendo, seguindo uma linha de tempo que a gente não consegue desvendar totalmente, mas Alexia descobre aquilo que está causando tanta confusão e ela precisa, urgentemente, proteger tal ocorrido ou as coisas podem ficar bem complicadas, não só para ela, mas para quem não tiver certa arma – ou maldição? – nas mãos.

Nem tudo é o que parece e as vezes as coisas vão muito além do que a gente se permite ver. Tentativas de assassinatos que ela ainda não entende, roubos, traições... tudo acontece aqui e de quem ela deve desconfiar? Uma amizade muito conveniente pode ser verdadeira ou seria tal pessoa uma lebre em pele de cordeiro?

Mantendo sua personalidade cativante, Alexia tem que tomar as rédias da situação e está em suas mãos um final positivo ou não, tudo depende do que ela é capaz de fazer. Dez perguntas são suficientes? Saberá ela usá-las com eficiência?

Com coisas dadas como certas e imutáveis, como pode uma preternatural querer enganar um lobisomem? A vida da nossa personagem, nessa sequencia, termina de um jeito que eu queria matar um! Sinal de que o livro está funcionando, certo?

A gente viaja para Escócia em companhias bem complicadas e dúbias, até, eu diria. Definitivamente, estou com raiva de vários personagens e desejando devorar o terceiro volume, pois não aguento o final que esse teve, estou enlouquecida!

Alexia tem evoluído, mas tudo que ela viveu ainda a deixa, de certa forma, desprotegida em relação a atitude de certas pessoas, no entanto, isso faz com que ela amadureça mais e quero muito ver o quanto toda a maldade que rola aqui vai transformar suas personalidade ainda mais.

Novamente temos um enredo cheio de reviravoltas, que explora bem as amizades verdadeiras, lealdade, amor, medos, intrigas, humor, sarcasmo, problemas, complôs e, mias uma vez, um pouquinho de suspense.

A trama é bem amarrada e conduzida, se iniciando lentamente e evoluindo até o ponto de ebulição.  O romance não é o foco, mas se faz presente e é ele que vai abalar as estruturas, pois até onde duas pessoas tão diferentes e iguais podem dar certo?

Fiquem atentos, pois o “Protetorado da sombrinha” ainda tem muito para lhe mostrar! É um livro, aliás, uma série que vale a pena conferir. Uma visão diferente de convivência dos humanos para com os seres sobrenaturais mais conhecidos e explorados no universo literário – lobisomens e vampiros –. Continua com um vocabulário enriquecedor e bem trabalhado e a Editora Valentina trabalha muito bem na tradução.

Mais uma vez, o livro, ainda que seja completamente fantasioso, trás intrincado em suas linhas a mensagem de que nem tudo é o que parece ser, portanto, antes de meter os pés pelas mãos, avalie e pondere muito bem as situações e consequências das suas decisões.

Mais uma vez, gostei bastante do que encontrei. “Metamosrfose?” vai de lento a alvoroçado com capricho.  Com uma escrita muito bacana, Gail Carriger nos faz mergulhar no seu universo e nos presenteia com uma ótima obra. A escrita da autora continua intrincada, seus personagens cativantes e bem construídos. Sua maneira de trazer diálogos leves mesmo em situações pesadas é única e super positiva, ainda que às vezes nos dê a sensação de que uma profundidade a mais não seria nada mal.

Quanto à edição, é linda! Segue o padrão da primeira, toda trabalhadinha e charmosa. Muito bonita e peculiar, combinando desde as cores da capa aos detalhes de cada capítulo. Adoro as capas dessa série, elas unidas na estante ficam um luxo! Os detalhes são todos mantidos e tudo remete ao que se encontrará no enredo. Ah, preciso fazer uma correrção sobre a questão da numeração de páginas que, na resenha anterior eu disse ser ausente no livro – que vergonha, gente! –, tem numeração das páginas, sim! Tanto nesse segundo volume quanto no primeiro e está em volta de um pequeno detalhe que, com a imersão que eu tive na primeira leitura acabei não notando e achando que as páginas não eram numeradas, mas elas são, sim!

Novamente, já falei demais e se deixar eu não paro! Mas, torno a dizer: essa série merece toda a sua atenção! É muito gostosinha e tem um universo bem gostoso para ser desvendado. Se eu recomendo? Oras, está esperando o que para viajar para era vitoriana e devorar essas páginas? LEIAM!!!

[NOTAS] 

Steampunk é um subgênero da literatura que provem da ficção científica ou especulativa e ganhou força entres 1980 e 1990. São histórias que trazem uma ambientação no passado e que introduzem no enredo paradigmas tecnológicos que na vida real não se passaram no tempo em que o enredo é ambientado, mas que, ainda assim, são baseados através da ciência disponível na época em questão. 

É um subgênero que se utiliza de uma tecnologia mais robusta, diferenciando-se da ficção científica moderna que visa sempre o que pode vir a acontecer no futuro, ou viagens no tempo e contato com extraterrestres. A maioria dos enredos se passam na era vitoriana e trazem grande uso de engrenagens, cobre e bronze, máquinas a vapor, dentre outros itens nesse estilo, as vezes também trás um cenário da revolução industrial.

O gênero steampunk pode ser explicado de maneira muito simples, comparando-o a literatura que lhe deu origem. Baseado em um universo de ficção cientifica criado por autores consagrados como Júlio Verne no fim do século XIX, ele mostra uma realidade espaço-temporal na qual a tecnologia mecânica a vapor teria evoluído até níveis impossíveis (ou pelo menos improváveis), com automóveis, aviões e até mesmo robôs movidos a vapor já naquela época. – Fonte: WiKpédia.

Narrador onisciente seletivo – É aquele que narra os fatos sempre com a preocupação de relatar opiniões, pensamentos e impressões de uma ou mais personagens, influenciando assim o leitor a se posicionar a favor ou contra eles. – Fonte: Info Escola – confira mais sobre narradores clicando aqui.

Bem, eu já estou doida para me deparar com “Inocência?” e desvendar o que está por vir. Até mais ver, meus caros!

Classificação:

Dados:

 

Título: Metamorfose?

Série: O protetorado da sombrinha #2.

Autora: Gail Carriger.

ISBN-13: 9788565859165.
ISBN-10: 8565859169.
Ano: 2013. Páginas: 320.

Idioma: Português.

Gênero: Fantasia, ficção, literatura estrangeira, steampunk.

Editora: Valentina.

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