Resenha: Até onde o amor alcança – Júlio Hermann.

Título: Até onde o amor alcança.

Autor: Julio Hermann.

Editora: Faro Editoral.

Gênero: Jovem adulto, literatura nacional, romance.

Páginas: 176. Ano: 2019.

Idioma: Português.

ISBN-13: 9788595810624.

ISBN-10: 859581621.

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Cortesia / Editora parceira LT 2019.

Sinopse: Talvez estar apaixonado seja uma das melhores sensações da vida. Saber que existe alguém que faz seu coração bater tão forte alegra o nosso dia, mas abrir o coração e deixar tudo para trás quando o amor acaba pode ser difícil. Mostrar vulnerabilidade, raiva, tristeza, perdão e reconhecer erros é o melhor caminho para crescer de verdade.

“Ninguém avisa a gente que amar faz a pele arder e o peito dilatar, seja com as coisas dando certo ou não. Contos de fadas não duram muitos dias na vida real, o amor é o que faz tudo valer a pena. Torço para que você seja feliz, e que possamos caminhar juntos. Hoje eu quero o para sempre, mesmo sabendo que não posso controlar tudo. Há coisas minhas que são tão suas, a ponto de eu não ter coragem de colocar uma roupa nova sobre elas, porque eu não quero te esquecer.”

“Foi muito bom te reencontrar nesse processo. Nas viagens de carro que fizemos, nas noites em restaurantes baratos e nos domingos de carnaval fechados em nosso próprio mundo, nós construímos algo especial.”

“Suportamos isso. Ignoramos inclusive as partes chatas da existência. Esses momentos difíceis retornam, de vez em quando. Contudo podemos nos perdoar e ter novas chances.”

JURAMOS QUE DURARIA PARA SEMPRE MESMO SABENDO QUE O AMOR NÃO VIVE DE PROMESSAS, MAS NÃO VAMOS DESISTIR!

– Autor do sucesso “Tudo que acontece aqui dentro”.

Oi, galerinha!

Vamos falar de amor?

Quando pensamos em um livro de romance, somos instantaneamente arrematados àqueles clichês recheados de intempéries, mas que no fim resulta em um “felizes para sempre” ou então, levados para aquela história de amor trágica em que nos acabamos de chorar pelo que poderia ter sido. Digo isso, pois é muito difícil vermos uma história na qual trabalhamos com a realidade. Com os erros e acertos do ser humano, ou se formos mais a fundo, com a carência a qual faz a gente confundir desejo com amor.

E é justamente nesse ponto que “Até Onde o Amor Alcança” trabalha. É um livro de amor que nos mostra a realidade, nos leva do auge do amor, até a dor do término e enfim a glória do renascimento. É aquele tipo de livro que nos joga na cara os erros mais comuns que cometemos nos relacionamentos, que nos mostra que o querer se não há amor um dia acaba e o principal, que é preciso haver uma manutenção do amor para que o mesmo sobreviva. Mas o essencial, acredito eu, é que nos mostra que para sermos felizes a dois, é preciso que você saiba ser feliz individualmente.

Até Onde o Amor Alcança, não é como os livros que lemos por ai, é aquele tapa na cara que precisamos receber e por conta disso, se torna emocionante. O livro mexe com o leitor, pois acredito que não há uma pessoa que não se identifique com o que está impresso na obra. Existe alguém que nunca errou em um relacionamento e depois sofreu por isso? Ou alguém que viu em outra pessoa a chance da superação e depois de um tempo percebeu que isso era a pior coisa que poderia ser feita, afinal, o que importa de fato é você ser completo por si só e não por outras pessoas?

Cara, parecia que o Júlio escrevia para mim, ou melhor, parecia que era eu que estava vivendo aqueles conflitos e dúvidas. Pois é difícil, muito difícil não se identificar com algum de seus textos.

Ele é diferente em vários pontos. Principalmente porque não é um livro que trata sobre começos, é focado nos términos, no que sentimos, naquele sentimento de necessidade, de dependência... Até que então, vemos que o pior que podemos fazer é colocar a vida de outra pessoa a frente da nossa. (Tapa na cara!)

Uma pessoa só será plena e feliz quando amadurecer o suficiente para perceber que ela é mais importante. Que ela é suficiente e que a presença de outra pessoa, de um romance, não é uma necessidade e sim um complemento. Muitos dizem que ninguém é feliz sozinho, mas como é possível amar uma pessoa sem que você tenha tido um tempo sozinho para se reerguer e entender tudo o que passou? Um amor é eterno enquanto dura e é muito normal hoje em dia confundirmos amor com desejo. Será que amamos alguém que passou por nossa vida de verdade ou só achamos que amamos? O amor é único e aprendemos isso, justamente com a dor do término.

Sei que nosso instinto é querer apagar o passado e esquecer tudo o que passamos e sofremos, no entanto, como você vai aprender e evoluir sem o seu passado? Sem repetir os mesmos erros? É justamente nesse ponto que o livro trabalha. Nos amores que achamos que serão eternos, mas que possuem data de validade e, o pior, que já sabemos isso desde o início, por conta do ciclo vicioso de erros e acertos que cometemos.

Até Onde o Amor Alcança é um desabafo, um conselheiro, um cúmplice que sabe todas as besteiras que fizemos e passamos em nossas vidas. O livro existe para nos mostrar que há um depois! Então levante a cabeça princesa, senão a coroa cai! 

Brincadeiras à parte...

A obra possui uma escrita extremamente leve e fluída, mas em alguns momentos se torna um pouco impactante, pois o Júlio não nos poupa de mostrar a frieza que podemos ter sem perceber em um relacionamento quando não estamos prontos para isso.

O livro em si é composto por crônicas, poemas e até mesmo por frases impactantes. São como cartas, cartas de desabafos. Me senti como se estivesse lendo o diário do autor, ele literalmente abriu seu coração e despiu todos os seus sentimentos para nós com o intuito principal de mostrar que há sim um depois.

Já está virando uma rotina para eu elogiar a Editora Faro quanto as suas edições, mas não posso deixar de fazer isso novamente. A edição desse livro está linda, composta de ilustrações extremamente encantadoras que se tornaram o complemento essencial para exaltar a beleza dos textos do Júlio. 

Um ponto que acho legal mencionar, é que cada texto é acompanhado de uma música e ler as ouvindo nos faz adentrar ainda mais na obra, isso traz ainda mais a tona as nossas emoções. 

Vou elucidar um momento em que isso foi muito forte para mim, a ponto de me levar as lágrimas com intensidade. Tem um trecho do livro no qual é recomendado ouvir a música Demons do Imagine Dragons e então lemos:

"Eu percebi nos últimos dias que as coisas não pareciam calmas aí. Você sente medo, não sente? A agonia da espera se mistura com a felicidade, e você não sabe exatamente onde as coisas vão dar. Sabe? Eu passei por momentos assim na noite passada. Temos o costume de colocar os fatos no passado para dizermos para o outro que já superamos os traumas, mas não é bem assim. Um abraço, quer?

Demônios particulares habitam partes escondidas e desconhecidas dos nossos corpos. É difícil de encarar.

Revirar o próprio peito a fundo ressuscita partes dolorosas de nós mesmos. Dá até para entender porque a mente fez questão de esquecer.

Eu permaneço aqui se você precisar. Peço desculpas se não segurar a agonia e vomitar tudo o que tenho passado em cima de você. É que você me acalma.”

Preciso dizer mais alguma coisa para lhe convencer a ler essa obra? 

Um livro real, do tipo que às vezes nos faz entender tufo o que não temos coragem de dizer. Simplesmente leiam!

Para finalizar, vou roubar outro trecho da obra e espero veemente que esse livro lhe toque da mesma forma que me tocou e emocionou.

“Assim, eu gostaria de pedir para você colocar o amor como prioridade em cada uma das coisas que fizer na vida. Ainda que haja motivos para chorar, ficar triste, sentir angustia atrás de angústia, cada uma das pragas que nos cercam nos certificar de que o amor ainda respira. Com ele, nós permanecemos vivos.”

Obrigada, Júlio Hermann!

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