Resenha: Última Parada - Casey McQuiston.

 

Sinopse: Da autora de Vermelho, branco e sangue azul, um romance onde nada é impossível – inclusive se apaixonar por alguém de outro tempo.

Aos vinte e três anos, August Landry tem uma visão bastante cética sobre a vida. Quando se muda para Nova York e passa a dividir apartamento com as pessoas mais excêntricas ― e encantadoras ― que já conheceu, tudo o que quer é construir um futuro sólido e sem surpresas, diferente da vida que teve ao lado da mãe.

Até que Jane aparece. No vagão do metrô, em um dia que tinha tudo para ser um fracasso, August dá de cara com uma garota de jaqueta de couro e jeans rasgado sorrindo para ela. As duas passam a se encontrar o tempo todo e logo se envolvem, mas há um pequeno detalhe: Jane pertence, na verdade, aos anos 1970 e está perdida no tempo ― mais especificamente naquela linha de metrô, de onde nunca consegue sair.

August fará de tudo para ajudá-la, mas para isso terá que confrontar o próprio passado ― e, de uma vez por todas, começar a acreditar que o impossível às vezes pode se tornar realidade.

“Absolutamente brilhante.”
― The New York Times



A última parada e um livro que... bem... vamos falar sobre ele!

August é uma garota bissexual que decide ir para Nova York cursar a faculdade longe da sua mãe. Mãe essa que insiste em procurar por seu irmão – Tio de August – há muito desaparecido.

Logo ela conhece Niko e Myla, namorados e também dividem o apartamento, o qual August vai alugar. No apartamento também mora Wes, que é tatuador e troca o dia pela noite.

Logo no seu primeiro dia de faculdade, tudo dá errado e ela conhece a Garota Metrô, na Linha Q e é ela quem ajuda August a chegar apresentável na faculdade.

" – Toma – a garota diz, oferecendo o cachecol. – Você parece estar indo para um lugar importante, então…" Aponta vagamente para o pescoço de August. "– Fica com ele." (...)
"– Você… ai, meu Deus, não posso ficar com seu cachecol." A menina dá de ombros. "– Eu arranjo outro."
O ponto do tricô do cachecol é frouxo e macio. Quando as pontas dos dedos de August encostam nele, há um estalo de eletricidade estática. Ela leva um susto, e a garota ri baixinho. "– Já disseram que você cheira a panquecas?" [...]

Nesse momento, August percebe o quanto está focada a todo momento em pegar o mesmo metrô que a garota. Ela começa a trabalhar em uma lanchonete e tudo fica ainda mais corrido e August vai descobrindo coisas sobre Jane, a Garota Metrô, coisas das quais ela nem fazia ideia.

Só que tudo vai ficando cada vez mais estranho, August só vê Jane no metrô e nunca em outro lugar e isso fica na cabeça dela, já que August tem um senso de detetive nato. É quando Niko, o médium que divide o apartamento com ela, entra em cena. Eles começam a tentar entender Jane, mas nada parece possível.

Tudo fica mais confuso ainda quando August encontra a foto de inauguração da Billy, a lanchonete na qual ela trabalha, e lá está Jane, com a mesma idade que parece ter, mas não no mesmo momento em que se encontram.

[ …] Ela desliza a foto pelo balcão, e Niko leva o óculos de sol até a testa para examinar. "– É ela –" August diz, apontando. "– Estou mil por cento segura de que é ela. Tem as mesmas tatuagens." Ela olha para ele. "– Niki, essa foto é da inauguração da Billu. Verão de 1976. Ela não envelheceu em quarenta e sete anos. Acho que ela é…"
(...)
"– Acho que ela… não é humana." [...]

Mas o que faria alguém não envelhecer? Como aquilo poderia ser possível? Seria ela um fantasma, então? Um ser sobrenatural? Como aquilo poderia se explicar?

Como August pode se apaixonar por alguém que nem sabe em que ano está? É nesse exato momento que ela tenta entender como Jane ficou presa em um metrô por tanto tempo e ainda tem a mesma idade e a mesma aparência, será real?

O problema é que nem Jane sabe que está presa, ela apenas acha que é um dia normal, pegando a Linha Q. E então as coisas vão se complicando, porque ela não se lembra de nada? Porque todos conseguem vê-la? Porque August consegue tocá-la? E o mais importante: como libertá-la desse metrô?

August não me conquistou muito, ela quis fugir da mãe, que meio que a obrigava a ser detetive procurando seu tio desaparecido e acabou entrando em um desafio muito maior, e ela aceitou de boa!

Jane é mais perdida que cego em tiroteio, ela nem sabia que estava presa e precisou de alguém para ela aparecer no trem. Seria possível descrever como um loop que precisa ser quebrado, talvez? 

Entendi todo o conceito de almas gêmeas que a autora abordou, que usou e tal, mas podia acredito que a proposta poderia ter sido mais estudada e trabalhada. Ela tem uma personalidade forte e isso é o que chamou mais a minha atenção, pois nos anos 70 não era muito explícito quanto as questões sexuais e os bissexuais sofriam muito preconceito.

Preciso dizer que amei o fato de que todos os personagens secundários foram muito bem inseridos no enredo, Myla, Niko, Wes e até mesmo o pessoal do restaurante, todos ajudaram de certa maneira August e Jane a descobrirem o que poderia ter acontecido e a buscar uma solução. Temos um vislumbre, um pouco da vida passada de Jane e até mesmo indícios de como libertá-la.

O jeito que o romance nasceu entre as duas foi o que mais me deixou ligada no livro, o romance combina flertes e atração avassaladora, entre possíveis almas gêmeas. Além disso, o romance combina um pouco de ficção científica...


QUER O SPOILER ? SELECIONE A PRÓXIMA LINHA. 

… já que Jane é uma viajante do tempo! Pois é, temos aqui, exatamente essa questão!


No entanto, confesso que o final do livro me deixou muito chateada, pois não me contagiou como eu esperava e pela forma com que a história foi conduzida. Acabou que não curti o desfecho. Porém, a autora sabe abordar assuntos como: diversidade, bissexualidade atualmente e nos anos 70 (o que era bem diferente e ela evidencia) e a história de que o amor pode ser sentido por todos.

A edição da Seguinte está linda! Não tenho do que reclamar! Além de páginas amareladas na intensidade certa, que dão a sensação de que em alguns momentos estou nos anos 70, a revisão é boa e a brochura também.

O que posso dizer é que neste livro você vai rir, chorar, se estressar (como eu) e amar como nunca amou antes. Talvez você vá amar o desfecho do enredo, talvez não (como ocorreu comigo), mas você só saberá se ele vai te arrebatar do início ao fim, ou se vai te conquistar e pisar no teu coração com o final, lendo! Então, recomendo, deem aquela conferida!


Classificação: 


Dados:

Título: Última Parada
Autora: Casey McQuiston.
Editora: Seguinte
Gênero: Ficção / LGBT / GLS / Literatura Estrangeira / Romance.
Ano: 2022.
Páginas: 479.
Idioma: Português.
ISBN-13: 9788555341885
ISBN-10: 8555341884
Encontre no Skoob.








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