Filmes & Tal։ O Poço - Netflix.

Título: O poço.

Gênero: Ficção, drama, suspense.

Lançamento: 2019.

Duração: 1h e 34m.

Direção: Galder Gaztelu-Urrutia.

Elenco: Iván Massagué, Antonia San Juan, Zorion Eguileor.

Distribuição: NetFlix.

Sinopse: Exibido pela Netflix, O Poço conta a história de um lugar misterioso, uma prisão indescritível, um buraco profundo.

Dois reclusos que vivem em cada nível. Um número desconhecido de níveis. Uma plataforma descendente contendo comida para todos eles. Uma luta desumana pela sobrevivência, mas também uma oportunidade de solidariedade.

Olá, galera, todos bem? Espero que sim! 

Hoje vamos de filme complexo, recheado de criticas sociais e simbolismo. 

Preparados? Vamos lá!

Somos apresentados a um "experimento", "prisão" chamado de O Poço que é um lugar com vários andares onde no andar 0 é disposto uma plataforma com todo o tipo de alimento preparados com todo o primor.

Essa plataforma vai descendo andar por andar enquanto as pessoas, duas em cada andar, tem o direito de se alimentar quanto quiser durante o tempo que a plataforma estiver no seu andar. Os primeiros andares se alimentam muito, de forma até exagerada e gulosa, e os últimos não comem quase nada. 

Os andares superiores são egoístas, pois não pensam se os demais vão ou não comer e não se importam. E no fundo cada um só pensa em si mesmo.

Goreng se ofereceu voluntariamente para fazer parte do Poço, ele tinha uma ideia muito rasa sobre o que de fato acontecia naquele lugar, e seu desejo era parar de fumar e finalmente ler Dom Quixote - um dos simbolismos dos filme, já que o protagonista lembra e muito o personagem do filme - mas quando o tempo vai passando ele se da conta de que nada era como imaginava e que as coisas são muito piores a medida que você desce no poço.

Também somos apresentados a Trimagasi, um dos piores personagens da trama։ brutal, egoísta e sem um pingo de pensamento coletivo, tudo o que importa para ele é sua sobrevivência e que os demais se virem, por já ter ficado nos níveis mais baixos ele sempre pensa que pode ficar mais baixo a cada mês e trata de comer o que pode quando está em vantagem e não acredita na bondade humana, mas de certa forma simpatiza com Goreng e sua visão benevolente e gentil sobre a vida.

A medida que Goreng desce no poço, vê a brutalidade e se depara com coisas que jamais pensou ver e o extremo que o ser humano é capaz de ir para sobreviver, também se depara com os mais diversos tipos de pessoas de uma diretora que luta contra o câncer, uma mãe em busca do seu filho e um homem de fé.

Em o poço somos apresentados ao melhor e ao pior do ser humano։ a brutalidade, o egoismo, maldade pura, justiça cega e tudo que uma pessoa em situação desesperadora  pode fazer.

Enquanto nosso protagonista desce ele finalmente percebe o que precisa fazer, suas esperanças se renovam quando encontra algo que jamais pensou ser real, em um momento de decisão ele escolhe acreditar no melhor, que as coisas podem mudar e que mesmo depois de toda dor, desesperança e desespero ele torce pelo melhor, por boas coisas e entrega tudo nas mãos da pessoa mais improvável.

Com simbolismos que vão dos sete pecados capitais a história clássica de Dom Quixote e suas andanças, passando até mesmo pela menção ao Messias, o salvador que leva a verdade e a justiça a todos, o poço é recheado de criticas sobre nossa sociedade egoísta, capitalista e com um abismo entre ricos e pobres que jamais se estreita. 

Com os que estão em cima sempre explorando mais e mais, deixando somente as sobras para os mais pobres e nada para os pobres que morrem nas sarjetas. Onde as pessoas precisam lutar diariamente pela sobrevivência, por comida e uma vida digna. 

Impactante, um tapa na cara da sociedade hipócrita que doa restos aos que mais precisam e acham que isso é igualdade, que clama por justiça mas não suporta ver os mais pobres nas faculdades, virando médicos e doutores. Carregado de muitas mensagens esse filme transcende a tela e nos mostra que depois que chegamos ao fundo só existe um caminho, para cima.

Recomendo!