Resenha: Só hoje – Cinthia Freire.

Título: Só hoje.

Autora: Cinthia Freire.

Editora: Independente.

Idioma: Português.

Gênero: Drama, romance, literatura brasileira.

Páginas: 430. Ano: 2019.

ISBN: B07GWZJF5S.

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Cortesia / Autora parceira LT 2019.

Sinopse: Há seis anos eu tive um encontro com a morte e naquela noite fiz uma promessa.

Prometi que passaria a minha vida à sua espera, aguardando até que ela estivesse pronta para me buscar. Mas o tempo passou sem que ela voltasse e tudo o que me restou foi à dor que me impede de dormir e por muitas vezes parece prestes a me sufocar.

Eu viveria assim, estava preparado para continuar sozinho a sua espera, se não fosse por um pequeno deslize, uma única brecha na escuridão que havia se tornado a minha existência. 

Era para ter sido apenas um momento, um sopro de ar em meus pulmões sufocados. Mas eu cometi um erro. Eu me apaixonei por uma garota.

E agora, eu tenho medo que a morte volte, porque pela primeira vez desde aquela noite, eu não quero mais morrer.

[...] Hoje preciso de você ...

Com qualquer humor, com qualquer sorriso...

Hoje só tua presença...

Vai me deixar feliz...

Só hoje... [...]

Esse é um verso da canção de Jota Quest, tema dessa história maravilhosa que a Cinthia Freire criou. Estou com sentimentos a flor da pele, pois acabei de ler esse livro e... Bom, vamos ao que interessa. Resenha!

Mia uma é garota morena de olhos castanhos profundos, tímida, estudiosa e trabalhadora. Sua vida se resumia entre trabalho e estudar. Ela quer ser advogada e se empenha muito na busca pela profissão, com isso ela acaba deixando sua vida amorosa de lado, depois de um desastroso relacionamento de muitos anos.

Sua amiga Marcela sempre se empenha em levá-la para se divertir, mas agora ela está se mudando e Mia vai ficar sozinha. E eis que, no seu último dia ali, ela resolve dar uma festa e nisso paga dois rapazes para alegrar o ânimo de ambas. Marcela é aquela amiga com quem você pode contar para tudo, em todas as horas e está disposta a sempre levantar o astral de todos que estão em sua volta.

Cadu é um garoto bonito, louro de olhos verdes, que tinha tudo na sua vida: boa aparência e riqueza. No entanto, por causa de algumas rebeldias cometidas ele sofre um terrível acidente que muda drasticamente sua vida. Agora ele não vê um futuro, só caminhos incertos, ele segue sem esperanças para um recomeço, está exatamente no fundo do poço.

[Quote] Entrego-me a esse sentimento louco que me enche de medo e felicidade e faço algo perigoso: eu fecho os olhos para a realidade. [...]

Todavia, tudo muda quando Cadu conhece Mia, numa festa onde seu amigo Lucas o convidou para lhe acompanhar, porque um outro rapaz que tinha sido pago não conseguiria ir. A esperança começa a aparecer no fim do túnel, deposita uma expectativa de um recomeço naquela alma tão vazia. Cadu e Mia sentem uma química muito forte e a atração fica muito evidente, até que Cadu acha que não é digno de ser feliz e de viver esse amor.

Nunca vi um sofrimento tão profundo quanto o de Cadu, ele se martiriza, se puni pelo que aconteceu. Se julga sem merecimento em ter uma família e mesmo de ter amigos, ele compara o romance dele com Mia como se fosse o Sol e a Lua que nunca poderão ficar juntos. A profundidade dos fatos, a vontade que tem em ficar longe de tudo e de todos, é uma terrível ida e volta que acaba estressando Mia, e olha que ela é uma pessoa muito paciente e meiga.

[Quote] Poque eu não me achava digno de estar vivo, então fugi da vida, fugi de tudo o que me fazia bem, tudo o que era importante para mim: minha família, meus amigos, tudo... fugindo poderia escapar da felicidade e poderia finalmente morrer. [...]

O pior de tudo é o que ele esconde. Cadu não quer dividir seu tormento com ninguém. Ele não deseja piedade, não quer ser absolvido da culpa e por isso sua vida se resume a trabalhar em horários dobrados. Com isso, Mia fica na incerteza se Cadu vai um dia superar sua dor ou relacionamento acaba, mesmo os dois se amando.

Cadu é um sobrevivente em vários sentidos, já foi para o inferno uma vez, leva a vida de uma maneira que só espera que seu fim chegue logo. Quando surge uma esperança, e com o apoio de seu irmão Tarso, que o encontra e o estimula a correr atrás de sua amada, mas será que ainda dá tempo? Será que não é tarde demais? Será que ela ainda está sozinha ou já encontrou um outro que lhe complete?

Ele só deseja que, independente de qualquer coisa, que Mia seja feliz com o que escolhe para sua vida. Todavia, as consequências de tudo o que eles viveram e o que ela vive não param por aí. Cadu acaba indo para o inferno pela segunda vez e quer morrer desesperadamente, nada em sua vida o preparou para o que estava vendo e sentindo.

Como chorei com Cadu, mesmo não sabendo a causa de seu tormento, quando soube chorei mais ainda pela sua dor ser tão sufocante e por azar do destino, sua dor tanto física quanto psicológica que o deixava confuso e a cada dia o vemos definhando. Mia ainda tentou ajuda-lo, mas não conseguia chegar verdadeiramente nele, nosso mocinho é muito reservado. 

[Quote] ... Palavras são armas invisíveis, elas causam danos graves, tão difíceis de serem vistos que, às vezes, se tornam quase impossíveis de serem curados... [...]

Cinthia Freire conseguiu, mais uma vez, passar a profundidade da história para o leitor. Confesso que a leitura de "Só hoje" me desestabilizou completamente, me revirou em 360º. Eu chorei por Cadu não ter certeza de sua vida, por Mia o amá-lo e não conseguir chegar ao fundo de sua alma tão sofrida, por seus caminhos serem tão diferentes e por eles não conseguirem encontrar um meio termo.

Confesso que ao decorrer da leitura eu não conseguia ver um final feliz para todos os personagens, pois todos estavam envolvidos na trama de certa maneira, até que... Algo terrível acontece e mobiliza todos ao redor. O que será que aconteceu? O que poderia mudar o final dessa história? O que poderia acontecer para Cadu mudar seu modo de pensar? Qual o desfecho dos personagens? Curiosos? Leiam o livro, vocês merecem conhecer essa história!

Li em formato digital, uma cópia cedida pela autora. Amei ser a resenhista dessa história emocionante aqui no LT. Já comecei me deparando com uma dedicatória maravilhosa que a Cinthia Freire deixou logo no começo do livro. Eu estou apaixonada, mais uma vez, por uma obra da Cinthia e só posso dizer para vocês que vale à pena ler. É um livro que nos marca, nos faz refletir, mexe com nossos sentimentos, nos tira do prumo e, bem, LEIAM!

O enredo é narrado em primeira pessoa, intercalando os pontos de vista entre Mia e Cadu. Não notei erros de digitação ou de outro tipo, se tem, eu fiquei tão imersa no enredo que não os percebi. Não posso falar muito sobre a edição, por ter lido no kindle, mas a capa é perfeita para o enredo. O livro termina sem pontas soltas, claro que tem alguns personagens que merecem seu próprio livro e sim, isso é uma leve cutucadinha na autora, vai que rola, não é? Risos.

Recomendo esse livro para quem gosta de drama, que não tenha medo de chorar, que gosta de sentir todos os tipos de sentimentos, que gosta de sentir na pele todas as nuances da história. Para quem curte livros que geram reflexões e que nos marcam. Que mexem com nossos sentimentos, às vezes todos ao mesmo tempo, como se fosse uma montanha russa. Também para quem curte tramas com surpresas inesperadas e que não tenha problemas no coração – risos.

[A autora] Cinthia Freire é uma paulista apaixonada por romances, pipoca, chocolates e sorvetes. Escritora por amor, adora as mil formas com que um bom romance pode ser contado e a magia por trás disso. 

Autora de “Antes dos Vinte”, “Um Novo Amanhecer” e da “Trilogia Segredos”. Mora em São Paulo com o marido, duas filhas e Jack – seu filho de quatro patas.

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