Séries e Tal: Manic - Netflix.

Título: Manic 

Lançamento: 2018.

Duração: 10 episódios.

Criador: Patrick Sommerville. 

Gênero: Drama.

Nacionalidade: EUA.

Distribuidora: Netflix.

Sinopse: Baseada em uma série norueguesa de mesmo nome, Maniac conta a história de Owen Milgrim, personagem esquizofrênico que tem surtos alucinógenos e Annie Landsberg, uma mulher irritada, problemática e viciada na pílula A.

A Netflix sempre acerta! 

Bom,  pelo menos é o que eu tenho a dizer de todas as experiências que já tive com esse serviço de assinatura e sempre estou louca pelos originais lançados. Com Manic, não foi diferente.

Querem ver o que eu achei sobre esse seriado?

Segue lendo!

Amei a premissa de falar sobre condições mentais, traumas psicológicos e como a mente humana funciona. 

Amei o fato de ser uma temporada única porque o final é fantástico do ponto de vista de encerramento de um ciclo. E como o próprio Showrunner disse em entrevista: "A série sempre foi planejada como algo limitado e acho que isso é outro motivo por que nós tivemos a liberdade de trazer um final mais esperançoso."

A premissa é maravilhosa, um teste clínico com três pílulas que prometem eliminar a necessidade de terapia e do aconselhamento. A pílula A faz você vivenciar o pior momento da sua vida em um computador, a pílula B faz você confrontar esse trauma e a C faz com que você supere.

O grande "q" da questão é que Owen e Annie estão nos testes clínicos por motivos diferentes do objetivo dos farmacêuticos. Eles não procuram a cura de seus traumas emocionais. Suas necessidades vão muito além disso. E é aí que o enredo começa a ficar muito interessante!

A mente humana prega peças. Nossos gatilhos emocionais podem ser incontroláveis e nossos vícios cruéis. As janelas para nossa mente são, por diversas vezes, inexplicáveis e impressionantes. Realidade e fantasia se misturam enquanto nossos protagonistas vivem, confrontam e tentam superar seus traumas.

E isso faz com que a série possa ser um pouco confusa e nos dá a impressão de que não siga uma ordem cronológica propriamente dita. Mas, para mim, é ai que está a beleza. A mente humana, muitas vezes, não funciona de maneira ordenada. 

Jonah Hill e Emma Stone estão primorosos em seus papeis. E os personagens secundários também merecem aplauso. Principalmente, o "computador" responsável pelos testes, que acabamos por descobrir "de onde veio" e os motivos por detrás disso: os traumas do próprio idealizador da droga farmacêutica. 

O roteiro gira em torno da exploração da psique humana e como nossos sentimentos e emoções são frágeis perante a vastidão do mundo e sociedade em que vivemos. E nos faz refletir sobre como as pessoas que possuem condições mentais são vistas pela sociedade (e eu, que tenho TAG, super me identifiquei com essa parte!). E o mais legal: tudo isso acontece em uma realidade distópica!

O que isso quer dizer? Que, nessa realidade, você pode contratar um "Friend Proxy" para amenizar sua solidão ou um "Ad Buddy" para pagar suas contas, o que garante que você permaneça sempre sozinho. Assim, a indústria farmacêutica Neberdine Pharmeceutical Biotech garante que seus medicamentos serão utilizados para escapar dessa realidade que eles próprios criaram. 

[Trailer]

Super recomendo essa série e, como alguém que tem uma condição mental, acredito que essa reflexão é importantíssima. Ainda mais quando recém finalizados o Setembro Amarelo e conscientizamos as pessoas sobre a temática do suicídio e como ainda temos números assombrosos de pessoas que acreditam que a única solução disponível é tirar a própria vida porque a realidade é opressiva demais. Familiar com o enredo, não? Até que ponto é realmente distópico?

Classificação:

Um grande beijo e até a próxima!