Resenha: Amor de Perdição – Camilo Castelo Branco.


Sinopse: Duas famílias rivais, um amor proibido e uma série de trágicos acontecimentos…

Cento e sessenta anos atrás, Camilo Castelo Branco partiu de sua história pessoal e familiar para escrever um dos maiores clássicos da literatura portuguesa: Amor de Perdição.

Considerada uma das principais obras do movimento ultrarromântico, marcado por idealizações do amor, paixões arrebatadoras e dores que afetam intensamente a alma, este romance, inspirado em Romeu e Julieta, atravessa décadas com a jovialidade de seus protagonistas: Simão, Teresa e Mariana.

Simão, um jovem de 16 anos, comete um crime contra o pretendente de sua amada. É jogado na cadeia enquanto espera sua pena: prisão ou exílio nas Índias. Teresa é igualmente afetada, posta em clausura, e Mariana, a jovem humilde que alimenta secretamente uma paixão por Simão, vive todas as emoções de um amor platônico, devotado, com fios de esperança de um dia ser correspondida.


Esse livro me lembrou muito o amor de Romeu e Julieta, durante todo o decorrer da leitura, minha mente fazia essa ligação. 

Simão Botelho e Teresa Albuquerque têm um amor proibido, por causa de suas famílias, que têm uma rivalidade entre si. 

Simão é acadêmico e Teresa é filha única, a qual o pai quer que se case com seu primo, Baltasar. 

O pai de Teresa não aceitaria a impureza do sangue do carregador e não concordaria com o casamento dos dois jovens. O magistrado persistia no rancor ao seu vizinho, e o vizinho atacava a reputação do magistrado, dizendo que aceitava vantagens indevidas do cargo.
 
Mesmo com a insistência do pai e do primo, Teresa sempre afirmou que preferia morrer ou ir para um convento do que se casar com seu primo. O amor que ela sentia por Simão era muito maior do que qualquer briga ou regra que seu pai lhe proferia.

"— Acaso lhe disse eu alguma coisa desagradável? – prosseguiu Baltasar, rebatido pela desfiguração de Teresa." 

"— Disse-me o que é impossível fazer-se – respondeu ela sem perturbação." 

"— O primo engana-se: os nossos corações não estão unidos. Sou muito sua amiga, mas nunca pensei em ser a sua esposa, nem me pareceu que o primo pensasse em tal coisa. –” 


Mas ela sabia que seu pai e seu primo não a deixariam em paz, que fariam de tudo para separá-la de seu amor. E Simão também faria de tudo por querer sua amada e tê-la ao seu lado. 

Mesmo assim o destino lhe traz outra peça, levando Teresa onde ela poderia se ver livre do seu amor, como seu pai pensava. 


“— Precisa de mais? Não querer ir para tua casa e esquecer o maldito que nos trouxe essa desgraça?" 

"— Não, meu pai. O meu destino é o convento. Não irei esquecê-lo nem na morte. Serei uma filha desobediente, mas nunca mentirosa.” 


Só que a vida prega peças e com um acidente no meio do caminho, qual será o destino de Simão? Será que ele e Teresa ficarão juntos?

Temos aqui um clássico da literatura Portuguesa, que teve seu linguajar alterado para o nosso português de forma atual, sem mudar a história em si, mas tornando a leitura muito mais fácil para nós, leitores. Deixando a escrita mais fluída e de fácil compreensão, ainda mais por se tratar de um clássico, essa jogada da Editora Faro é certeira e ótima, pois propícia a leitura de clássico para pessoas que não se vêem lendo algo tão rebuscado como os exemplares que não tem esse trabalho textual realizado. Vale ressaltar novamente, que essa "atualização de linguajar" não modifica nada da história, o intuito é deixá-la acessível a todos que desejarem conhecê-la. 

Posso afirmar que a história foi escrita dentro da cadeia, já que o autor em uma se encontrava quando a criou. Também que é uma experiência de leitura diferenciada, tanto pelo trabalho da Faro, quanto por se tratar de um clássico de outro país. 

Posso dizer também, que essa resenha foi difícil de escrever, um livro escrito 1861 e adaptado em 1979, que mesmo com o trabalho realizado pela Faro, ainda assim, para minha pessoa, veio com uma escrita um pouco diferente do que estou acostumada e isso fez a leitura mais pesada – não sei se esse seria o termo correto – para mim. 

Não posso dizer que não gostei da história, mas não posso afirmar que gostei também, foi uma experiência bem diferente de leitura e a verdade é que ainda estou digerindo ela. 

Por isso, posso apenas dizer: leiam e tirem suas conclusões. 

Classificação:



Dados:

Título: Amor de Perdição.

Autora: Camilo Castelo Branco.

ISBN-13: 9786586041477.

ISBN-10: 6586041473.

Ano: 2021. Páginas: 208.

Idioma: Português.

Editora: Faro Editorial.

Categoria: Clássicos, romance.

Compre na Amazon.

 

6 comentários:

  1. Oi Ana!

    Recentemente eu li um livro que me deixou exatamente assim, de não saber se gostei ou não e ficar um bom tempo digerindo a históris, inclusive, sempre que penso nela eu quero mudar a nota. Uma doidera.
    Não sei se leria esse livro por conta de não fazer muito meu estilo, mas gostei da dica.

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  2. Olá, tudo bem? Complicado! Acho que nunca li um livro, ainda, que me deixasse bem dúbia com relação ao que achei dele. A ideia da Faro em trazer clássicos em um linguajar mais fácil é louvável, no entanto eu acho que às vezes nesse "nova perspectiva" pode trazer modificações no contexto da história. Não julgando, porque nunca li nada assim, espero poder futuramente ter uma experiência dessa para falar com propriedade. Então sim, quero um dia ler. Ótima e sincera resenha!
    Beijos

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  3. Oi Ana!

    Eu li este clássico há muitos anos no período escolar e confesso que não gostei. Hoje em dia eu compreendo que não gostei porque fui obrigada a ler porque causa das aulas de literatura. Mas gostei da sua opinião mostrando que este clássico teve seu linguajar alterado de forma atual, sem mudar a história em si. Vou anotar a dica e vou dar uma nova chance para ele. Primeiro porque não recordo praticamente nada da história e dessa vez, vou ler porque estou com vontade e não será aquela obrigação para encarar um prova. Obrigada pela dica.

    Bjos

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  4. Oi Cris, tudo bem ? Achei bem legal a experiência de ler um clássico da literatura de outra língua e da editora ter traduzido para nosso idioma sem perder a essência. Como você me senti um pouco em algo como Romeu e Julieta. Outra coisa que acho positivo é o linguajar ter sido trazido a forma atual, isso torna a obra clássica as vezes menos cansativa para quem não está habituado.
    Mas é de fato algo bem "confuso" para se tirar uma conclusão. Pela resenha eu gostei, mas tbm não sei se seria algo que leria, mas adorei por trazer um conteúdo diferente.
    Beijos

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  5. Oi Cris, tudo bem? Lembro vagamente de ter lido esse livro quando prestei vestibular mas creio que muitos detalhes foram esquecidos. Tive um professor de literatura que fez eu me apaixonar por esses clássicos. Pelos períodos, por autores, ele falava com tanta paixão que era impossível não querer ler todos os livros indicados em aula. Nunca li Romeu e Julieta mas ganhei o livro recentemente e estou bem ansiosa para conhecer. Um abraço, Érika =^.^=

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  6. Olá,
    eu sempre fugi dos clássicos, esse ano no entanto decidi dar uma chance e até estou gostando bastante da experiência. Estou de cara que deixei passar esse lançamento da faro, não vi nada sobre ele em nenhum lugar, mas gostei bastante da editora ter adaptado o linguajar para um mais atual, isso sem dúvidas torna livros do tipo mais acessíveis e atraentes para aqueles que assim como eu estão começando. Sem dúvidas vou tentar dar um chance a esta história, ainda mais que minha leitura atual é Romeu e Julieta e estou adorando a experiência.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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