Resenha: Uma Família Quase Perfeita – M.T. Edvardsson.


Sinopse: Um thriller psicológico impressionante, que questiona o que uma família seria capaz de fazer para proteger seus membros e se a verdade é mais importante do que as aparências.

Uma adolescente é acusada de assassinar brutalmente um homem muito mais velho. O crime de Stella, filha de um casal adorado pela comunidade, beira o inacreditável. Só pode ser um terrível engano. Certo?

Adam é um pastor na igreja local, marido e pai devoto. Seu maior pesadelo começa quando Stella é presa pela polícia. Verdade e decência sempre foram seus princípios básicos, mas quando o futuro de sua filha está em jogo e as pressões sobre sua família aumentam, ele mostra que também tem um lado sombrio.

Presa em uma cela vazia, Stella começa a ver sua família e o mundo sob novas perspectivas. Ela teve um relacionamento com o homem assassinado, e esse não é o único segredo que está escondendo dos pais. Através de seu ponto de vista, descobrimos que seu dedicado pai é um homem controlador, e que seu maior interesse talvez não seja salvar a filha, e sim as aparências.

Já a mãe, Ulrika, é uma advogada de defesa, e pelos olhos dela acompanhamos o julgamento de Stella e o plano intrincado posto em jogo para protegê-la. Mas as apostas mais altas têm as quedas mais perigosas, e talvez Ulrika esteja sendo ambiciosa demais…

Uma narrativa construída de forma excepcional, Uma família quase perfeita faz as perguntas mais difíceis: quão bem você conhece seus filhos? Até onde iria para proteger quem você ama?


Olá, pessoas que lêem o blog. Tudo bem?

Hoje venho trazer para vocês a resenha de um thriller psicológico que foi um pouco tenso e até mesmo diferente para mim, uma vez que nunca tinha lido nada de um autor sueco dessa maneira. 

  1. Preparados para a minha opinião?

Qual seria a definição real de família perfeição? Ela existe mesmo ou é algo totalmente ilusório que acaba inebriando a mente daqueles que só querem viver de status?

Bom, os Sandell eram considerados uma família perfeita. Adam, um pastor renomado; Última, uma advogada de sucesso e Stella, a filha adolescente, a garotinha dos olhos do papai.

Entretanto, a toda a ilusão que cercava a vida daquela família ruiu quando um dia após o aniversário de 18 anos de Stella, a mesma foi presa por assassinato. Agora cabe aos pais da garota provar que tudo não passou de um engano.

Mas seria um engano mesmo?

O livro é dividido em três partes e essa eu acredito que seja uma grande sacada do autor, mesmo que arriscada, entretanto, vou explicar o porquê disso mais no final da resenha. 

A primeira parte do livro é contata por Adam, o pastor. Nesse trecho encontramos um homem superprotetor e extremamente cuidadoso com a sua família. Ele vinha notando uma mudança no temperamento da menina, observando seu distanciamento, mas ela virar uma assassina? O pastor mostra que é capaz de tudo para provar a inocência da sua filha, até mesmo de esquecer os seus bons e éticos costumes. Entretanto, o que nos deixa preso nessa parte é que em alguns momentos, nem ele mesmo tem a certeza da inocência da sua prole, mas isso não importa, pois é o seu nome e a sua reputação que está em jogo.

Na segunda parte do livro temos a narração da Stella, a causadora de tudo. Ela já está presa e no seu ponto de vista ela nos conta como está sendo o dia a dia na reclusão e também flashes do passado aonde percebemos que o Adam não é quem ele de fato diz ser, pelo menos não para a filha. Ele é um pai controlador, intenso, incisivo e que não se importa nenhum pouco com a vontade dela e sim com o que é certo e moral. 

Stella se tornou a principal suspeita da morte de Christopher Olsen, um renomado empresário de sucesso e muito mais velho que ela, pois os dois mantinham um relacionamento e na noite da morte dele, estavam juntos e ela não tinha álibi para se justificar.

A resposta de tudo vem na terceira parte do livro, que é narrada pela advogada Ulrika. Nessa parte acompanhamos o julgamento intercalado com acontecimentos do passado também. Essa é a parte em que a leitura flui muito mais rápido, pois é justamente o ponto que todo mundo queria. O que aconteceu de fato... 

E vou te dizer é simplesmente demais isso. Porque o autor escreve de um modo no qual o leitor acaba se tornando um investigador também e mesmo que você não perceba, quando vê está lá, juntando os fatos e criando teorias. O final do livro não é aberto, o que foi um alívio muito grande pra mim, mas também ele só foi revelado literalmente na última página. 

O que disse anteriormente sobre a narração, irei explicar melhor agora. 

Uma coisa que me surpreendeu muito ao longo da leitura é a forma na qual o autor consegue se transformar ao longo da narrativa. Como assim? A escrita dele se modifica com base nós personagem que estão narrando e isso é incrível, porque sem brincadeira, parece que são três livros diferentes dentro de um livro único.

Porém, do mesmo modo que teve esse ponto positivo, pelo menos para mim, essa diferença de narração teve um ponto negativo que é o fato de tornar a história um pouco cansativa. Nos deparamos com acontecimentos iguais através de pontos de vistas diferentes, isso acaba tornando a leitura mais lenta e maçante de certo modo.

Outra coisa que pra mim foi complicada também foi lidar com as personagens da história. Povinho chato! Sério... Se o enredo não fosse incrível, não sei se conseguiria terminar a leitura não. 

O Adam é um hipócrita. Ele presa o bom costume, a ordem e a ética, mas é o primeiro a buscar qualquer subsídio para tirar a sua filha da situação que se encontra, fiquei com muita dúvida real se era por conta dela ou por conta dele mesmo. Pois ele é um homem tóxico e abusivo que não se permite ser julgado, mas adora julgar os demais. 

A Stella, só por Deus. Que ódio, gente. Sério. Pensa naquelas adolescentes mimadas, que chega a ser insuportável. A infantilidade dela grita e exala em grande parte de suas ações. Apesar de tudo o que ela passou, não foram coisas fáceis, porém, juro para vocês, eu não conseguia sentir o mínimo de empatia pela personagem. Não sei se esse de fato era o objetivo do autor, mas se era, ele está de parabéns. 

A Ulrika, acredito que posso classificar como a "menos pior". Ela é uma pessoa mais realista e racional, porém, ela não tem a mínima noção do que é escrúpulos. É uma mãe totalmente ausente e mais focada no trabalho do que na própria família.

Uma coisa que podemos perceber ao longo da leitura é que nessa família ninguém se salva. Essa é a realidade. Todo mundo tem a sua parcela de culpa em determinados atos que acabaram gerando uma consequência que ninguém esperava, o assassinato. 

Uma família quase perfeita é aquele tipo de livro que vai te prender do início ao fim. Ele é instigante e muito bem escrito de tal modo que em determinados momentos, principalmente na terceira parte, fica muito difícil de largar a leitura. Porém, uma coisa que acredito que valha a pena ressaltar é que o que mais vai te prender ao livro é o drama da família Sandell, pois o assassinato em si acaba ficando em segundo plano, por incrível que pareça. 

Esse é um thriller que de fato eu recomendo para quem seja fã do gênero, porém, há uma questão muito importante que eu gostaria de ressaltar: Não é uma leitura fácil. Esse é um livro cheio de gatilhos, de situação limitantes e extremas, mesmo que não narradas. Sendo assim, cuidado, pois ele aborda violência tanto física quanto sexual, estupro e pressão psicológica e emocional. 

No mais, a leitura dele de um modo geral é algo que vale a pena, pois com esse livro o autor consegue nos mostrar que nada de fato é tão perfeito quanto imaginamos. Além disso, ele levanta questões bem importantes referentes até onde a superproteção em relações aos filhos é benéfica ou não e até onde você seria capaz de ir para proteger a sua família. 

Classificação: 



Dados:

Título: Uma Família Quase Perfeita.
Autora: M. T. Edvardsson.
Gênero: Ficção / Suspense e Mistério.
Editora: Suma.
Ano: 2021.
Páginas: 376.
Idioma: Português / Brasil.
ISBN-10: 8556511090
ISBN-13: 9788556511096.
Encontre no Skoob.


 
 

3 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Li esse livro uns dois meses atrás. Estava bem ansiosa depois da quantidade de elogios e divulgação sobre ele. O que mais me chamou atenção foi o autor ser sueco, esse foi o ponto mais forte. Quanto aos personagens concordo em parte com você, se a história em si não fosse tão boa talvez a nota seria ainda menor. Quando o pai dela vai ao acampamento achei o cúmulo. Creio que os pais precisam confiar nos filhos concorda? Um abraço, Érika =^.^=

    ResponderExcluir
  2. Olá, tudo bem ? A sua resenha me chamou bem a atenção. Não é meu estilo de leitura, mas a forma de dividir o livro entre os personagens, entre cada um ter a sua personalidade muito bem desenvolvida e me chamou atençao. E o pai pinta uma imagem pra sociedade que NUNCA condiz com o que de fato ele é, sempre assim rsrs.
    Mas me chamou atenção a classificação, pq embora parecia ser um ponto alto a narrativa entre personagens tornou cansativo e aí desanimei, pq nada anda me prendendo.
    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Olá!
    Achei sua resenha bem detalhada e mostrou um aspecto bem amplo a história. Não sei se com personagens tão decepcionantes eu continuaria com a história, mesmo com um enredo bom. Mas confesso que fiquei mega curiosa com o desenvolvimento da trama!
    Bjos
    Lucy - Por essas páginas

    ResponderExcluir

Agradecemos por comentar! ^_^

Tecnologia do Blogger.