Resenha: A garota que lê no metrô – Christine Féret-Fleury – Editora Valentina.
Sinopse: As viagens de metrô para o trabalho, típicas da rotina, possibilitam que Juliette observe sempre os mesmos passageiros e os livros que cada um lê. Todos têm suas particularidades, como a idosa que folheia um livro italiano de culinária e sorri diante de algumas receitas ou a garota que lê romances e sempre derrama minúsculas lágrimas quando chega à página 247.
"Por que a página 247?", pergunta-se Juliette.
Ela observa todos com curiosidade e ternura, como se as leituras e paixões alheias pudessem colorir sua vida tão monótona e previsível. Certo dia, a jovem decide romper com a rotina e usufruir o prazer de percorrer as ruas a pé, observando o formato das nuvens, com o olhar em busca do novo. E esse desvio mudará completamente a sua vida, graças ao iraniano Soliman e sua pequenina filha Zaïde.
Todas as citações literárias de "A garota que lê no metrô" são referidas no fim da obra. Assim, o leitor poderá aprofundar-se neste rico universo narrativo.
Juliette é corretora de móveis e leva uma vida monótona em Paris, o único auge do seu dia é quando anda de metrô e vê os diversos passageiros, mas em destaque três deles. Todos os dias ela vê os mesmos passageiros com livros em suas mãos, o homem de chapéu verde que sempre pega o mesmo livro de insetos que antes de ler cheira as páginas, a mulher idosa que lê um livro de culinária em italiano e parece se lembrar dos tempos passados e sorri e a a jovem que sempre lê romances e quando chega na página 247 chora por alguma razão.
Todas as manhãs, o homem abre sua pasta e retira um livro encapado com um papel fininho, quase transparente, puxado também para o esverdeado, e desdobra as pontas com gestos lentos, precisos.[...]
Mas como a sinopse conta, em um dia qualquer, Juliette decide mudar seu caminho, assim encontrando um livro esmagado entre um portão e um muro e ela se questiona o que aquele livro faz ali, até ver uma menininha correndo e perguntando se pode entrar em sua casa.
Por curiosidade, Juliette segue a menina que lhe questiona se ela seria a nova mensageira de seu pai. Zaïde é filha do iraniano Soliman, o qual tem um escritório abarrotado de livros de todos os tipos e histórias prontas para serem lidas.
O que Juliette não esperava era que ele saberia todas as respostas para suas perguntas, como o que acontece na página 247 de um livro de romance?
“O que acontece na página 247?” Passa-se um tempo; ele parece refletir em busca da resposta. Ou talvez busque uma recordação. Em seguida, diz: “Na página 247, tudo parece perdido. É o melhor momento, sabe?” [...]
Mas para Juliette, aquele encontrou mudou tudo, seu jeito de pensar e até mesmo sua realidade de vida para o trabalho. Ela decidiu trocar tudo que tinha, apenas para fazer o que sempre sonhou, estar perto das pessoas e fazê-las felizes com os livros.
No entanto, será que após uma notícia drástica ela continuará fazendo isso? Qual a relação entre ela, Soliman e sua filhinha? Será que vai dar certo na vida dela para que ela acredite de vez em tudo que faz?
O livro é gostoso e nos faz refletir cada vez mais em como entramos em um mundo diferente a cada livro que abrimos. Eu me senti muito conectada com Juliette, por entender o modo dela de pensar e querer transmitir para as pessoas como um livro pode te fazer viajar.
Afirmo que foi um pouco confuso o começo e que a leitura é cansativa, mas eu não posso reclamar do enredo do livro, pois ele é maravilhoso. Para quem quer sair de um ressaca literária, recomendo essa leitura, pois nos faz pensar em nunca desistir de ler mais livros.
A capa é linda, as folhas são amareladas e mais grossas, tem desenhos em todo começo e final de capítulo, que nos traz mais perto do que realmente acontece no enredo. A escrita é leve apesar de o livro ficar um tanto cansativo, só um pouco cansativo, tem que ter calma para ler, só que vale muito a pena ler até o final.
Dei três estrelas só pela questão das partes cansativas, mas como um todo o livro é uma ótima pedida e que nos ajuda a entender qual o motivo de nos encantamos tanto com os universos literários. Uma boa pedida de leitura, recomendo!
Dados:
Título: A garota que lê no metrô.
Autora: Christine Féret-Fleury.
ISBN-13: 9786588490006.
ISBN-10: 6588490003.
Ano: 2020.
Páginas: 160.
Idioma: Português.
Editora: Valentina.
Gênero: Ficção, jovem adulto, literatura estrangeira, romance.
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Oi Cris e Analuiza, suas lindas, tudo bem?
ResponderExcluirAchei essa capa super fofa! Não tem nada melhor do que ler uma história que fale sobre a leitura, algo que amo. Acho que irei ficar conectada da mesma forma que você. E achei bem curioso esse encontro dela com a menina e o pai. Já estou aqui querendo descobrir as razões desse encontro e a relação desses personagens, risos... Dica mais do que anotada. Sua resenha ficou ótima!!!
beijinhos.
cila.
Olá, tudo bem por aí?
ResponderExcluirQue bom que o enredo foi bom, apesar dos contras em relação à leitura cansativa e confusa haha. Pelo menos teve alguns pontos positivos, não é? Confesso que eu não conhecia a obra, mas, no momento, esse tipo de leitura não está sendo o meu foco... Mas, quem sabe um dia, né?
Abraços!
Jurista Geek
Oi, Ana!
ResponderExcluirEu soube desse lançamento e só pelo título, eu já fiquei interessadíssima! Descobri agora a sinopse e que a autora é francesa, e vou dizer, mesmo que você tenha dito que a leitura é um pouco lenta, eu fiquei ainda mais curiosa e com vontade de ler.
Para ir para a faculdade, eu pego metrô e ônibus, e principalmente no primeiro meio de transporte, eu faço igualzinho a personagem. Enquanto vou lendo, também vou vendo quem está lendo e o quê. É prazeroso, rsrs. E a mudança dela é muito curioso, pois conversa muito com o meu blog. Andar pelas ruas prestando atenção nos detalhes que normalmente passam despercebido na correria do dia-a-dia é o Olhar de Estrangeiro, de Baudelaire, nome do meu blog. Realmente bem interessante.
Desculpa pelo comentário gigante!
Bjss
http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2020/12/resenha-o-dia-do-curinga-um-role-pelo.html
Olá, tudo bem? Gosto bastante dessa mistura de temáticas na narrativa, ainda mais trazendo os livros como destaques, e só fiquei com receosa dessas partes cansativas. Mas, vamos ver né!? Não custa tentar, afinal livros podem ser surpresas. Viajar num enredo é sempre MARAVILHOSO. Adorei a resenha!
ResponderExcluirBeijos