Resenha: A longa marcha - Os livros de Bachman #1- Stephen King.



 Sinopse: Contrariando a vontade da mãe, o jovem Ray Garraty está prestes a participar da famosa prova de resistência conhecida como A Longa Marcha, que presenteia o vencedor com “O Prêmio” ― qualquer coisa que ele desejar, pelo resto da vida.

No percurso anual que reúne milhares de espectadores, cem garotos devem caminhar por rodovias e estradas dos Estados Unidos acima de uma velocidade mínima estabelecida. Para se manter na disputa, eles não podem diminuir o ritmo nem parar. Cada infração às regras do jogo lhes confere uma advertência. Ao acumular mais de três penalidades, o competidor é eliminado ― de forma “permanente”. E não há linha de chegada: o último a continuar de pé vence.



Olá pessoal!

Mais uma resenha do Stephen King saindo do forno. Fico me perguntado o que faz uma pessoa entrar numa jornada dessa nesse livro “A longa marcha” será que é desespero?

Mas enfim, sempre leio um livro entrando como se fosse o personagem, então...está ai minha revolta, vou parar de enrolar.

Vamos a resenha?!

Ray Garraty é um personagem que desde o começo da trama me senti conectada com ele, talvez por causa de seu diálogo consigo mesmo, de ser verdadeiro em seus comentários e tentar compreender cada companheiro nessa jornada ou talvez por causa de querer provar ser merecedor daquela competição.

Muitos jovens estavam ali, pelo valor que iriam receber pelo resto da vida, mas o preço a ser pago era maior que poderiam imaginar, tanto mentalmente como fisicamente, o desgaste físico era visível, mas o mental é difícil recuperar.

O que choca na leitura é que cada personagem que Garraty conhece ou conversa, tem um jovem sonhador idealizando a realização pessoal, e todos os cem se identificam com isso, para o desespero de todos, só um é vencedor, sem segundo e terceiro lugar.

O que é pior de tudo são as regras, causam a exaustão. Todos podem receber três advertências, depois disso, são eliminados, literalmente, isso é o que os soldados querem, mexer com o psicológico de cada competidor.

"Garraty olhou para os soldados. Eles também estavam molhados, claro, mas, se estavam incomodados, não demostravam. Tinham a expressão pétrea. Me pergunto como é, pensou ele, simplesmente atirar em uma pessoa. Me pergunto se isso os faz se sentir poderosos."

 

A carga emocional é muito grande, com a caminhada, com as conversas era impossível não fazer amigos durante o percurso, talvez pelo medo de sentir-se sozinho, ou por não conseguir parar de falar por medo de estar se esgotando, se arrastando, com cãibras, desgaste do sapato tendo que andar descalço, bolhas no pé, desnutrido, perdendo a esperança...

Garraty não queria fazer amigos, mas era inevitável. Conforme as horas passava as brincadeiras no começo, o rir de alguma piada e chorar por alguma dor imposta pelo tempo caminhando, não conseguir se redimir ou de não ter mais tempo de dizer adeus.

Ao seu redor tinha aqueles que se identificava, mas assim mesmo Garraty foi atrás de outros que estavam desolados e cansados, ele mesmo estava do mesmo jeito, mas a compaixão por outros o motivava a continuar.

Garraty não sabia descrever aqueles sentimentos bagunçados, estava morrendo de exaustão, pensava muito em sua mãe, sua namorada, na sua juventude, nos amigos na escola, estava no limite da sanidade.

A pergunta que não quer calar, quando surgiu essa competição? Quem é o homem por trás dessa patente de major? Por qual motivo os escolhidos para participar tinham que ser eliminados e tratados como se fossem nada? E pior de tudo, a tensão crescente daqueles soldados que os seguia em cima da semilargada, desprovidos de qualquer emoção.

Qual é o mais preparado? Qual é o mais qualificado? Mas a filosofia disso tudo é chegar de qualquer maneira possível ao final, sem concorrente, sozinho na estrada, você e as sombras daqueles que ficaram para trás.


“Eu demorei um tempo para entender, mas foi mais rápido depois que superei esse bloqueio mental. Ande ou morra, essa é a moral da história. É simples assim. Não é a sobrevivência do mais apto fisicamente, foi nisso que errei quando me permiti entrar nisto.”   


Esse livro mexe com o psicológico de quem lê, achei que poderia ter um final onde tudo poderia ser um trote, um pesadelo ruim onde depois acordava e ficaria aliviado.

Stephen King sob o pseudônimo de Ricahrd Bachman mostra mais uma vez que é o melhor em escrever terror psicológico, onde nos aterroriza e nos perturba, mostrando uma crueldade numa trama distópica.

A Companhia das letras está de parabéns com esse lançamento, uma capa que mostra muito que tem dentro do livro e a escuridão dentro de cada participante.

O livro é dividido em três partes com dezoito capítulos, as páginas são amareladas e a fonte confortável a leitura, apesar do livro ter menos de trezentas páginas, li devagar degustando e angustiando a cada passagem detalhada, estou ansiosa para o próximo livro.

Nesse livro me senti em conflito com cada suspense que passava, fiquei aterrorizada com cada sentimento demostrado por cada participante e motivado a continuar a jornada, para quem como eu gosta de sofrer, recomendo esse livro.

Até a próxima!  


Classificação:



Dados:

Título: A longa marcha.
Série: Os livros de Bachman #1.
Autor: Stephen King (sob o pseudônimo de Richard Bachman).
Editora: Suma (selo da Companhia das letras).
Gênero: Distopia, terror, horror, ficção, literatura estrangeira, suspense, mistério.
Idioma: Português.
Páginas: 294.  Ano: 2022.
ISBN 13: 9788556511614. 
ISBN 10: 8556511619.
Encontre no  Skoob.













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