Resenha: Meia-noite, Evelyn! - Babi A. Sette
Sinopse: Evelyn Casey precisa se casar. Do contrário, corre o risco de perder tudo o que mais ama no mundo: as terras onde cresceu, a casa pela qual lutou e, principalmente, a tutela da meia-irmã, Violet. Esse caos é culpa de três homens: o padrasto, que morreu na ruína; o irmão dele, conde Derby; e Harry Montfort, o mulherengo e inconsequente filho de seu padrasto.
Harry Montfort odeia os nobres, o reino e a alta sociedade inglesa, apesar de muito a contragosto ser um duque. Ele está satisfeito com a vida de empresário bem-sucedido em Nova York. Mas, quando o maldito tio entra com um pedido na Câmara dos Lordes para assumir o título que Harry abandonou e a própria rainha o convoca, ele se vê obrigado a retornar à Inglaterra para exorcizar de vez os fantasmas do passado.
Mas Harry não contava que a breve estadia no reino fosse virar um pesadelo — é o que acontece quando a monarca exige que ele se case e assuma suas responsabilidades como duque. E contava menos ainda que fosse cruzar com uma ruiva impulsiva e cheia de personalidade: Evelyn Casey, a filha de sua madrasta.
Uma vez reunidos, Evelyn e Harry entendem que um casamento de aparências é a solução para todos os seus problemas. Mas será que um deles — ou os dois — cometeriam a loucura de se apaixonar?
Em Meia-Noite, Evelyn!, temos um casal com a ideia perfeita, que tem tudo para dar certo. Mas o coração não costuma obedecer de bom grado à razão.
"Um romance de partir o coração, narrado com extrema sensibilidade, no melhor estilo Babi A. Sette. Meia-noite, Evelyn! é um grito de esperança em meio à escuridão." - Carina Rissi
"Existem romances que encantam e outros que curam, mas é certo que os livros da Babi A. Sette fazem os dois." - Paola Aleksandra, autora de Volte para mim
Evelyn não é uma dama comum.
Ela é feita de perdas, silêncios e uma coragem que nunca foi admirada em público, mas sempre foi necessária para sobreviver.
Neste romance arrebatador de Babi A. Sette, somos levados para o coração da Inglaterra vitoriana, onde as aparências reinam — mas a verdadeira guerra acontece dentro das pessoas. Meia-noite, Evelyn! é um livro que vai além do romance de época: ele fala sobre recomeço, amor real e as marcas invisíveis que carregamos.
Evelyn perdeu tudo cedo demais. Órfã aos vinte anos, responsável pelas irmãs mais novas, prestes a ser expulsa de sua casa ancestral, é vítima da chantagem cruel de um conde repulsivo, ela precisa decidir entre ceder ou resistir.
O que mais me tocou foi que Evelyn não luta com espadas ou gritos. Ela enfrenta o mundo com silêncio, olhar firme e decisões difíceis. E mesmo cansada, ela não se rende.
“Evelyn precisava lutar. Pela casa. Pelas irmãs. Pela própria dignidade.”
Do outro lado da história está Harry Montfort, um duque relutante. Criado para o poder, mas exausto dele. Ele foge para Nova York tentando deixar para trás a dor, a culpa e o título. Mas o destino o chama de volta — e o obriga a encarar tudo o que o deixou inacabado.
Quando conhece Evelyn, Harry não encontra apenas uma possível esposa. Ele encontra uma mulher que também está fugindo — da dor, da submissão, do amor.
Evelyn quer um casamento de contos de fadas, mas precisa colocar os pés no chão para salvar suas irmãs.
O casamento entre os dois nasce por necessidade. Ele precisa de uma esposa. Ela precisa de proteção e segurança. Mas o que começa como um contrato vira algo muito maior. Vira amor — o tipo de amor que não chega gritando, mas sim se insinuando nos silêncios, nos gestos pequenos, nos olhares que hesitam.
A construção da relação é o ponto mais forte do livro.
Não há pressa. Não há fórmulas prontas. Há paciência, respeito e escuta.
“ – Evelyn, se nos casarmos, resolvemos todos os nossos problemas, mas não posso te enganar prometendo algo que jamais serei.
– Que é?
– Não sou um príncipe. Não acredito no amor, nunca terei filhos e pretendo ficar o mínimo possível na Inglaterra.”
Evelyn é forte mesmo quando está em pedaços. Ela teme o toque, teme confiar, mas ainda assim protege quem ama com ferocidade. Ela é sombra e luz, dor e resistência.
Harry é o oposto da figura tradicional do nobre. Ele não impõe. Ele respeita. Ele não exige. Ele oferece espaço. E por isso, é impossível não se apaixonar por ele também. Mas tem seus fantasmas do passado que não quer que Evelyn saiba.
O livro ainda conta com personagens secundários bem construídos, como as irmãs de Evelyn — que mostram a leveza e a esperança — e o odioso conde Derby, que representa tudo o que há de podre nas estruturas sociais daquela época.
Meia-noite, Evelyn! é um mergulho na dor emocional que as mulheres escondem há séculos — e na força silenciosa que é necessária para continuar.
Os diálogos são afiados, os silêncios dizem tanto quanto as palavras. As cenas de aproximação são intensas, reais e às vezes desconfortáveis — porque curar dói. E amar depois da dor é um ato de coragem.
“Talvez ele não me ame. Não como eu queria e como acreditei que me amasse.”
Será que esses dois conseguirão superar juntos? Ou Derby vai assombrá-los até o fim?
Este não é um romance açucarado.
É um romance para quem já teve que aprender a respirar depois de ser quebrada.
Para quem já se questionou se merece ser amada de novo.
Para quem carrega cicatrizes — e mesmo assim ainda sonha com o toque certo.
Meia-noite, Evelyn! é sobre isso: amar de novo, mas no próprio tempo. Escolher ser livre. Escolher ser inteira.
Se você procura uma leitura que mistura emoção crua, personagens reais e romance que respeita a dor, esse livro vai te tocar. Vai te abraçar. Vai te deixar com o coração apertado — e esperançoso.
Classificação:
Autora: Babi A. Sette.
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