Herança macabra - Verónica E. Llaca

 


Sinopse: QUANDO A MALDADE PERCORRE AS VEIAS, O SANGUE DOS INOCENTES ESCORRE PELAS MÃOS Na fúnebre atmosfera do México dos anos 1940, as ruas de uma cidade tornaram-se palco dos atos macabros de Felícitas Sánchez Aguillón. Apelidada de “A Ogra do bairro Roma”, a parteira corrompeu sua nobre profissão assassinando dezenas de crianças sem deixar rastro de humanidade. A captura e subsequente condenação de Felícitas marcaram definitivamente a consciência coletiva da comunidade. Décadas mais tarde, Ignacio Suárez, um escritor da era contemporânea, tropeça em um legado de brutalidade que se recusa a permanecer enterrado. Fotografias enigmáticas de mulheres mortas chegam às suas mãos, trazendo o passado cruel para o seu mundo de palavras. As imagens carregam uma sinistra coincidência com cenas presentes em suas obras, obrigando-o a confrontar o fato de que o horror que imaginava escrever agora é apresentado em forma real com novas vítimas cruzando o seu caminho. Com o ressurgimento de pistas que remetem à falecida Felícitas, enigmas começam a tecer uma ponte entre eras e segredos ocultos na trama histórica. O enredo torna-se ainda mais intrincado quando a inesperada morte de uma figura central na investigação sugere que o perigo é uma entidade onipresente, um perseguidor incansável. O único artefato que restou é um manuscrito envolto em mistério, potencialmente ostentando a chave para desvendar verdades sinistras e estagnar a continuidade do derramamento de sangue. Ao navegar entre a história de Felícitas e os temores atuais que consomem Ignacio, Verónica Llaca nos conduz ao precipício de uma escuridão reveladora, onde as facetas mais sombrias da natureza humana emergem despidas de camadas de pretensão. O leitor é convidado a mergulhar neste labirinto onde eventos de épocas distantes se entrelaçam numa valsa macabra, levantando a questão: Por que será que certos eventos sombrios emergem, de tempos em tempos, assombrando-nos persistentemente como se fossem inevitáveis?

Herança Macabra, de Verónica E. Llaca, nos transporta para o México dos anos 1940, onde um cenário carregado de opressão e mistério se desenrola diante dos nossos olhos. A ambientação, com suas descrições ricas, nos faz sentir a tensão presente em cada esquina das ruas escuras e silenciosas.

A trama é centrada em Felícitas Sánchez Aguillón, uma parteira cujos atos horrendos de assassinar crianças abalam profundamente a comunidade local. Llaca descreve de forma meticulosa o impacto devastador desses crimes, criando um retrato perturbador de uma mulher cuja maldade deixa cicatrizes profundas na memória coletiva.

Décadas após esses eventos terríveis, encontramos Ignacio Suárez, um escritor que se vê envolvido em um legado sombrio. Fotografias enigmáticas de mulheres mortas, que coincidentemente se assemelham às descrições de suas próprias obras, surgem e o arrastam para uma investigação que vai muito além da simples curiosidade literária. Ignacio agora deve enfrentar um mal que se recusa a ficar no passado.


[Quote] Ignacio coloca duas fotografias Polaroid sobre a cama. (...)

(...) – Estão mortas – diz Ignacio, enquanto ela semicerrou os olhos na tentativa de ver claramente os rostos nas fotografias.

– “Me procure” – lê em voz alta a frase escrita em preto em umas das imagens.

– Não. Mas sei quem as matou… É uma mensagem para mim, Elena. [...]


Llaca é magistral ao explorar temas como a hereditariedade do mal e o impacto de traumas coletivos que, mesmo relegados ao passado, continuam a assombrar o presente. A maneira como a autora mescla realidade e ficção é um dos pontos mais altos do livro, fazendo com que o leitor se sinta imerso em uma névoa de mistério e medo. 

A construção dos personagens é outro destaque. Ignacio Suárez é um protagonista complexo, cuja jornada de descoberta e terror é tanto pessoal quanto universal. Ele é um reflexo do leitor, que se vê diante do desconhecido e tenta entender o inexplicável.

O realismo que permeia a narrativa é reforçado pelo fato de que o livro é inspirado em eventos e figuras reais. Felícitas Sánchez Aguillón, a "Ogra do bairro Roma", existiu de fato e seus crimes horríveis adicionam uma camada extra de terror à história.

O final é marcado por uma revelação surpreendente que conecta o presente ao passado de maneira inesperada. O desfecho é tanto revelador quanto perturbador, deixando o leitor com uma sensação de inquietação ao perceber que alguns mistérios talvez devam permanecer ocultos. A autora encerra a história com um toque de ambiguidade, sugerindo que o horror pode nunca realmente acabar, mas apenas mudar de forma e continuar a assombrar as gerações futuras.

Com uma escrita envolvente e meticulosamente construída, Llaca maximiza o impacto emocional e psicológico da história, tornando "Herança Macabra" uma leitura que é ao mesmo tempo fascinante e perturbadora.

O livro começa muito lento, e vai e volta muitas vezes para o presente e passado. Confesso que tive dificuldade com o fato de que tem muitos personagens e que pra mim ficou um tanto confuso. Eu esperava mas do final e talvez isso tenha pego um pouco, pra mim. Mas é o que sempre ressaltamos qui, no LT: o que não funciona tanto para um leitor, pode ser muito bom para o outro. Então, pra ver como será sua experiência com essa leitura? Só lendo !


Dados:

Título: Herança macabra 
Autora: Verónica E. Llaca
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense Mistério Mistério, Thriller e Suspense.
Idioma: Português.
Páginas: 288.
Ano: 2024.
ISBN 13: 978-6559574513

ISBN 10: 6559574512





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